A temática da sustentabilidade tem se tornado recorrente na Arte Contemporânea. Neste texto, apresento a impressão botânica, uma alternativa ecológica de gravura. O termo, segundo a artista Natalia Seeger se refere a “uma técnica de extração das formas, cores e texturas de flores, folhas, caules, cascas, raízes, sementes e ervas para suportes como papel ou tecido” (Seeger, 2021, p. 57). Neles, a matéria-prima vegetal é prensada, e então, cozida ou fervida criando impressões de contato.
Suas origens são milenares, no entanto é a partir da Idade Média que se observa os primeiros registros formais dessa prática. Foi nesta época que os estudiosos e pesquisadores começaram a organizar e sistematizar o conhecimento científico em Herbários por meio de catálogos de reprodução e classificação de plantas. Estas, eram retratadas a partir da técnica de impressão botânica (Guardian, 2010).
Entre os herbários mais populares, está o manual de Dioscórides — farmacologista da Grécia Antiga. No decorrer dos anos, outras pessoas passaram a desenvolver seus próprios manuais, como é o caso de fabricantes de perfumes (Guardian, 2010).
Já no Renascimento, o artista e cientista Leonardo da Vinci (1452-1519) deixou manuscritos que descrevem passo a passo da técnica, ao lado de uma impressão de folha de sálvia. Atualmente, os escritos estão reunidos no Codex Atlanticus, constituído por doze volumes. No mesmo período, Albrecht Dürer (1471-1528) decorou a frente e o verso da xilogravura O Rinoceronte (1515) com impressões de flores e folhas (Guardian, 2010).
Com o passar dos anos, a prática da impressão botânica se aperfeiçoou e chegou a envolver placas de aço e chumbo, graças a invenção de Alois Auer (1813-1869). Em 1853, ele publicou o livro A descoberta do processo de impressão natural demonstrando diferentes formas que as impressões podem tomar, sejam de plantas, pedras ou madeiras. Outro estudioso da técnica, ainda no século XIX, foi Richard Cockle Lucas (1800-1883) que trouxe uma perspectiva artística para as impressões botânicas, que até então eram norteadas apenas pelo interesse científico (Guardian, 2010).
Apesar de antiga, a técnica tem ganhado destaque nas últimas décadas. Em 1995, a artista Índia Flint patenteou a prática como eco print. Santos (2018) explica que a australiana descobriu o processo a partir de testes com folhas de eucalipto inspirados nas cascas de ovos decorados das celebrações de Páscoa. Seus trabalhos artísticos combinam a escrita do lugar e da memória a partir da impressão botânica e de objetos encontrados em caminhadas, além de transitar entre desenhos, montagens e costuras que mapeiam e recodificam a paisagem.
No Brasil são vários os artistas que investigam a impressão botânica. Na sequência, destaco alguns nomes reconhecidos da área.
Nara Guichon (1955-) é artista visual, designer e ambientalista. Atualmente, reside e trabalha em Florianópolis (SC). Sua pesquisa poética explora práticas têxteis que valorizam saberes ancestrais e discutem a temática da sustentabilidade promovendo o consumo ético e consciente. Além disso, a tecelã participa de atividades de recuperação da Mata Atlântica.
Fernanda Mascarenhas (1970-) é artista têxtil, performer e artesã. Atualmente, reside e trabalha em São Paulo (SP). Suas obras resgatam técnicas ancestrais de tingimento natural com plantas brasileiras, tendo como inspiração, a cultura japonesa. Mascarenhas parte da coleta de folhas e flores nas ruas de São Paulo e do reaproveitamento de cascas e sementes para criar cores e formas em tecidos.
Kiri Miyazaki (1989-) é designer de moda, tingideira e professora, reside e trabalha em Mairiporã (SP). Sua pesquisa teve início em 2017, quando conheceu o índigo japonês e viajou para a cidade de Tokushima, no Japão. Lá aprendeu sobre o plantio e cultivo da espécie e decidiu trazê-la para o Brasil, que ainda não havia sido cultivado na América. A espécie foi plantada em um sítio entre a Serra da Cantareira e a Serra do Itapetininga servindo como matéria-prima para práticas de tingimento natural e ecoprint.
A técnica da impressão botânica pode representar um retorno dos seres humanos num contato com a natureza. Além disso, é possível estimular a responsabilidade coletiva e transformar a forma com que percebemos o meio ambiente ao nosso redor.
Por Bianca Stella.
Nesta terça-feira (7), a ministra Cármen Lúcia foi eleita presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o biênio 2024-2026. O ministro Nunes Marques assumirá a vice-presidência da corte. A posse está marcada para o início do próximo mês.
A eleição segue o procedimento padrão do TSE, em que o cargo de presidente é ocupado de forma rotativa pelos ministros atuantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), solicita uma investigação sobre influenciadores digitais e contas em redes sociais acusadas de propagar fake news sobre as operações de resgate e recuperação dos danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
No ofício enviado a Ricardo Lewandowski, Pimenta menciona "narrativas desinformativas e criminosas" que impactam a crise social vivida pela população gaúcha.
A temática da sustentabilidade tem se tornado recorrente na Arte Contemporânea. Neste texto, apresento a impressão botânica, uma alternativa ecológica de gravura. O termo, segundo a artista Natalia Seeger se refere a “uma técnica de extração das formas, cores e texturas de flores, folhas, caules, cascas, raízes, sementes e ervas para suportes como papel ou tecido” (Seeger, 2021, p. 57). Neles, a matéria-prima vegetal é prensada, e então, cozida ou fervida criando impressões de contato.
Suas origens são milenares, no entanto é a partir da Idade Média que se observa os primeiros registros formais dessa prática. Foi nesta época que os estudiosos e pesquisadores começaram a organizar e sistematizar o conhecimento científico em Herbários por meio de catálogos de reprodução e classificação de plantas. Estas, eram retratadas a partir da técnica de impressão botânica (Guardian, 2010).
Entre os herbários mais populares, está o manual de Dioscórides — farmacologista da Grécia Antiga. No decorrer dos anos, outras pessoas passaram a desenvolver seus próprios manuais, como é o caso de fabricantes de perfumes (Guardian, 2010).
Já no Renascimento, o artista e cientista Leonardo da Vinci (1452-1519) deixou manuscritos que descrevem passo a passo da técnica, ao lado de uma impressão de folha de sálvia. Atualmente, os escritos estão reunidos no Codex Atlanticus, constituído por doze volumes. No mesmo período, Albrecht Dürer (1471-1528) decorou a frente e o verso da xilogravura O Rinoceronte (1515) com impressões de flores e folhas (Guardian, 2010).
Com o passar dos anos, a prática da impressão botânica se aperfeiçoou e chegou a envolver placas de aço e chumbo, graças a invenção de Alois Auer (1813-1869). Em 1853, ele publicou o livro A descoberta do processo de impressão natural demonstrando diferentes formas que as impressões podem tomar, sejam de plantas, pedras ou madeiras. Outro estudioso da técnica, ainda no século XIX, foi Richard Cockle Lucas (1800-1883) que trouxe uma perspectiva artística para as impressões botânicas, que até então eram norteadas apenas pelo interesse científico (Guardian, 2010).
Apesar de antiga, a técnica tem ganhado destaque nas últimas décadas. Em 1995, a artista Índia Flint patenteou a prática como eco print. Santos (2018) explica que a australiana descobriu o processo a partir de testes com folhas de eucalipto inspirados nas cascas de ovos decorados das celebrações de Páscoa. Seus trabalhos artísticos combinam a escrita do lugar e da memória a partir da impressão botânica e de objetos encontrados em caminhadas, além de transitar entre desenhos, montagens e costuras que mapeiam e recodificam a paisagem.
No Brasil são vários os artistas que investigam a impressão botânica. Na sequência, destaco alguns nomes reconhecidos da área.
Nara Guichon (1955-) é artista visual, designer e ambientalista. Atualmente, reside e trabalha em Florianópolis (SC). Sua pesquisa poética explora práticas têxteis que valorizam saberes ancestrais e discutem a temática da sustentabilidade promovendo o consumo ético e consciente. Além disso, a tecelã participa de atividades de recuperação da Mata Atlântica.
Fernanda Mascarenhas (1970-) é artista têxtil, performer e artesã. Atualmente, reside e trabalha em São Paulo (SP). Suas obras resgatam técnicas ancestrais de tingimento natural com plantas brasileiras, tendo como inspiração, a cultura japonesa. Mascarenhas parte da coleta de folhas e flores nas ruas de São Paulo e do reaproveitamento de cascas e sementes para criar cores e formas em tecidos.
Kiri Miyazaki (1989-) é designer de moda, tingideira e professora, reside e trabalha em Mairiporã (SP). Sua pesquisa teve início em 2017, quando conheceu o índigo japonês e viajou para a cidade de Tokushima, no Japão. Lá aprendeu sobre o plantio e cultivo da espécie e decidiu trazê-la para o Brasil, que ainda não havia sido cultivado na América. A espécie foi plantada em um sítio entre a Serra da Cantareira e a Serra do Itapetininga servindo como matéria-prima para práticas de tingimento natural e ecoprint.
A técnica da impressão botânica pode representar um retorno dos seres humanos num contato com a natureza. Além disso, é possível estimular a responsabilidade coletiva e transformar a forma com que percebemos o meio ambiente ao nosso redor.
Por Bianca Stella.
Nesta terça-feira (7), a ministra Cármen Lúcia foi eleita presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para o biênio 2024-2026. O ministro Nunes Marques assumirá a vice-presidência da corte. A posse está marcada para o início do próximo mês.
A eleição segue o procedimento padrão do TSE, em que o cargo de presidente é ocupado de forma rotativa pelos ministros atuantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), solicita uma investigação sobre influenciadores digitais e contas em redes sociais acusadas de propagar fake news sobre as operações de resgate e recuperação dos danos causados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
No ofício enviado a Ricardo Lewandowski, Pimenta menciona "narrativas desinformativas e criminosas" que impactam a crise social vivida pela população gaúcha.