Durante a licenciatura em Artes Visuais, os acadêmicos têm contato com diversas técnicas de produção artística experimentando processos de criação em formatos tradicionais e contemporâneos. A estrutura do ateliê facilita esse processo fornecendo um ambiente propício ao desenvolvimento de projetos criativos e a troca de experiências.
No entanto, ao finalizarem a graduação e ingressarem na sala de aula como professores, frequentemente enfrentam uma realidade completamente diferente. Sem a estrutura e os materiais necessários, acabam recorrendo ao desenho no caderno ou a outras formas mais simples de expressão artística. Essa diferença entre a formação inicial e a prática costuma ser desafiadora para os professores e muitas vezes frustrante para os seus alunos, que não conseguem acessar as outras possibilidades de expressão artística.
A temática da sustentabilidade tem se tornado recorrente na Arte Contemporânea. Neste texto, apresento a impressão botânica, uma alternativa ecológica de gravura.
O termo, segundo a artista Natalia Seeger se refere a “uma técnica de extração das formas, cores e texturas de flores, folhas, caules, cascas, raízes, sementes e ervas para suportes como papel ou tecido” (Seeger, 2021, p. 57). Neles, a matéria-prima vegetal é prensada, e então, cozida ou fervida criando impressões de contato.
O projeto de um salão de arte dedicado especialmente para gravura já existia no final da década de 60 em Curitiba, pensado por Ennio Marques Ferreira, que foi diretor do Departamento de Cultura da Secretaria de Educação e Cultura do Governo do Paraná e eventualmente diretor da Fundação Cultural de Curitiba juntamente com Fernando Calderari.
A Mostra em si foi realizada com apoio da Fundação Cultural de Curitiba e do Instituto Nacional de Artes Plásticas da Funarte, sediada no Centro de Criatividade, localizado no Parque São Lourenço, e contou com 45 gravadores brasileiros que apresentaram um total 134 trabalhos de gravura.
Em 2016 o historiador francês de arte Georges Didi-Huberman organizou a exposição “Soulèvements” na Galeria Nacional do Jeu de Paume, em Paris. Em 2018 chegou ao Brasil no Sesc Pompeia em São Paulo com a tradução de “Levantes”, que reuniu aproximadamente trezentas obras, entre elas, filmes, manuscritos, pinturas e gravuras do século XVIII até a atualidade.
O largo conjunto de imagens coletadas pelo historiador têm como tema comum as emoções coletivas e os momentos de turbulência e distúrbio social.
No artigo da semana passada, abordei a arte indígena contemporânea como uma resposta ao colapso ambiental em curso, destacando alguns trabalhos em que a gravura está presente. Neste texto, explico, primeiro, o que entendo por “cânone ocidental”.
Na sequência, seguindo uma proposta pedagógica do Museu Nacional de Arte Moderna da França (Georges Pompidou), organizo a relação entre arte contemporânea e meio ambiente a partir de quatro chaves: arte feita com lixo, arte na natureza, arte ativista e arte biotecnológica. Finalmente, apresento cinco trabalhos em gravura contemporânea que tematizam questões ambientais.
Finalizei o artigo da semana passada com uma pergunta sobre o potencial de mudança das artes visuais em relação ao colapso ambiental que estamos vivendo. Mais especificamente, como as artes visuais podem contribuir para a construção de uma imaginação crítica que se reflete em ações concretas ou, em sentido inverso, propor ações concretas que se refletem na construção de uma imaginação crítica.
Neste texto, abordarei esse assunto olhando para a arte indígena das Américas. Primeiro, descrevo a estrutura conservadora do sistema de arte, sobretudo aquela ligada ao grande capital. Na sequência, reflito sobre a relação tensa entre as tradições indígenas e o mercado. Finalizo pensando como a barreira linguística que nos distancia dos modos de pensar dessas tradições pode ser diminuída pelo contato com a sua produção visual. Ao longo do texto, destaco algumas obras indígenas contemporâneas em que a gravura está presente.
Em 2009, pesquisadores do Stockholm Resilience Center identificaram 9 limites planetários, além dos quais o sistema Terra não mais resguardaria as condições seguras para a humanidade e para outras espécies. Na atualização de 2023, já havíamos ultrapassado 6 dos 9 limites.
As sucessivas Conferências das Partes (COP) e os Relatórios de Avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), ambos ligados à ONU, vêm repetindo às lideranças políticas do Norte e do Sul global que é necessário zerar as emissões de carbono e o desmatamento imediatamente, ou seja, reduzir de forma drástica o consumo de energia fóssil, bem como preservar e restaurar as áreas de floresta da ação da agricultura e pecuária industriais.
As gravuras normalmente são vistas como obras intimistas, de pequenas dimensões, que solicitam um olhar atento do visitante da exposição.
Tratar de gravuras em grandes formatos é ir em outra direção, pois, nesses casos, a obra praticamente empurra o visitante para trás, para que possa olhá-la em seu conjunto.
Este texto abordará gravuras que tenho realizado desde 2020 na técnica de xilogravura com temática LGBTQIAP+, em repúdio ao elevado índice de mortes desta população em nosso país, que é o maior do mundo.
De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB) e a Aliança Nacional LGBTI+, por exemplo, no ano de 2021, ocorreu uma morte a cada 29 horas.
É possível criar gravuras usando Inteligência Artificial (IA) ou definir as criações de IA em termos de algum tipo ou categoria de gravura? A resposta é um tanto complexa. Neste texto, vamos analisar essa relação entre gravura e IA, explorando as possibilidades e limitações dessa nova tecnologia em aplicações gráficas.
Primeiro, precisamos entender que a IA não se resume a um único aplicativo ou software. Hoje em dia, o termo abrange uma ampla gama de tecnologias com diferentes funções, desde reconhecimento de texto e objetos até a criação de imagens. Você mesmo pode realizar experimentos usando a versão gratuita da IA da Microsoft, Copiloto.