Corrida para a Prefeitura de Curitiba

Opinião

Um verdadeiro encontro é suficiente para trazer cura e reconhecimento para as relações

Verdadeiros encontros são pontes de afeto e compreensão. Desencontros geram violência. Valorize conexões autênticas. Abençoe esses momentos mágicos.Verdadeiros encontros são pontes de afeto e compreensão. Desencontros geram violência. Valorize conexões autênticas. Abençoe esses momentos mágicos.
Vinícius Sgarbe
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Maku de Almeida

<span class="abre-texto">A reflexão que tem ocupado</span> meu condomínio mental neste domingo diz respeito aos tantos desencontros e suas consequências, e às variadas possibilidades dos encontros. Participo de muitos, e observo outros encontros e desencontros.

Entendo como encontro quando duas ou mais pessoas, que compartilham o mesmo espaço-tempo, convivem sem condições prévias, aceitam o outro na sua especial singularidade, acolhem discordâncias e concordâncias, suspendem deliberadamente o julgamento, em um contrato explícito de fluidez na comunicação, e valorização obstinada da própria essência e da essência do outro.

Penso no encontro como uma dimensão sintonizada de uma pessoa que verdadeiramente percebe a outra, manifesta seu interesse pela presença do outro, e se abre para ver, escutar, e sentir o universo do outro.

Quando duas pessoas estão no mesmo local, nem sempre o estar junto é um encontro. Brincando um pouco com a origem da palavra que foi se atenuando ao longo dos séculos (que no latim Incontrare significava encontro de adversário, estar contra, no lado oposto), proponho olhar para algumas variedades, o não encontro, o desencontro, e o encontro.

Muitos podem estar no mesmo ambiente, ao mesmo tempo, e nunca se encontram, mesmo que eventualmente se esbarrem aqui ou acolá. Um não qualifica a presença do outro. Mesmo escutando, essas pessoas não decodificam as falas e outras comunicações, que são incluídas no sistema tal qual um ruído do ambiente. O não encontro é tremendamente assustador. Como em uma novela de ficção científica, a invisibilidade social é gelada para quem assiste, e quase não é percebida pelos protagonistas do não encontro.

O desencontro é mais confuso, nada de escuta, e falas barulhentas, escala até gritos e rupturas. O desencontro é agoniante para quem assiste. O bulício produzido pelas crenças congeladas e “certezas absolutas” não permite sequer reconhecer a presença do outro, ou dos outros. Não há diálogos, há, frequentemente, monólogos berrados. Os desencontros entre pessoas se avolumam e progridem a ponto de produzir divisão e violência. Os desencontros entre grupos, além dessas divisões e violências que os caracterizam, causam desequilíbrios sociais. São as guerras, conflitos, fragmentações de toda sorte, pessoalidades são desintegradas.

Muitas vezes, sinto o desejo de convidar aqueles que estão desencontrados a respirar fundo, a parar por um momento, concentrar-se por um minuto, olhar o outro e, verdadeiramente, abrir-se para o encontro. E sei que não é tão fácil.

E o encontro? Não tem importância o tempo do encontro, sua duração. Importa sua intensidade, importa se houve uma qualidade incontestável de presença. Não importa o lugar onde o encontro ocorre, importa que as pessoas estejam ali verdadeiramente. Que estejam presentes, atentas, sintonizadas umas com as outras. Não importa quem chegou primeiro, quem estava há mais tempo, e quem não veio. Importa estar juntos, com conexão empática, sem pensar em retribuição, fornecendo afeto e reconhecimento sem colocar preço ou condição.

É quando amigos, parceiros, amores, família não são “meus” ou “seus”. Essas pessoas pertencem a eles mesmos, e, como seres humanos livres, podem fazer sua própria e independente trajetória. Ainda assim podem se disponibilizar para o encontro.

Há caminhadas que duram anos e não se convertem em encontros. Há famílias que habitam o mesmo teto e não se encontram. Há parceiros profissionais que laboram horas e horas, anos e anos, lado a lado, e não se encontram. Há amigos que se divertem juntos e não se encontram. Há quem diga “eu te amo” e não se abre para o encontro.

São preciosos os verdadeiros encontros. Parece mágica. Uma ponte se estabelece, porque o afeto desprendido a constrói. A compreensão se solidifica, pois há a aceitação que acolhe. A fluidez se instala, porque há o reconhecimento que aquece. A presença qualificada se faz presente, porque há o prazer explícito em estar juntos.

Abençoo aqueles que me possibilitaram distinguir o verdadeiro encontro do desencontro e do não-encontro. Abençoo aqueles que me mostraram o poder curativo do encontro. Abençoo aqueles, que sem me pedir nada, estão ao meu lado. Não preciso me adaptar, não preciso me calar, não preciso me submeter a quaisquer condições, não preciso abrir mão de meus valores ou pensamentos. É só isso, um encontro, e nada mais.

Última atualização
15/10/2023 12:12
Maku de Almeida
Analista transacional. É a colunista decana deste veículo.

Expansão da soja no Brasil atinge 40 milhões de hectares em 38 anos

Expansão da soja no Brasil atinge 40 milhões de hectares em 38 anos

Redação Cidade Capital
6/12/2024 10:16

A área destinada ao cultivo de soja no Brasil cresceu quase dez vezes entre 1985 e 2023, passando de 4,4 milhões para 40 milhões de hectares, o que corresponde a 14% de toda a área agropecuária do país. 

Os dados divulgados pela rede MapBiomas nesta sexta-feira (6) mostram que, no período inicial analisado, de 1985 a 2008, a plantação de soja expandiu sobre 18 milhões de hectares, dos quais 30% (5,7 milhões de hectares) substituíram vegetação nativa e 26% (5 milhões de hectares) resultaram da conversão de pastagens.

Pix é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil

Pix é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil

Redação Cidade Capital
5/12/2024 10:25

O Pix, serviço de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, segundo dados do estudo O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, divulgado nesta quarta-feira (4). Após quatro anos de lançamento, a ferramenta supera as transações com dinheiro em espécie.

A pesquisa indica que o Pix é utilizado por 76,4% da população, além de ser aquela utilizada com maior frequência para 46% dos entrevistados. Em 2021, quando o serviço estava em operação havia poucos meses, a adesão era de 46%, mas apenas 17% o usavam com frequência.

Opinião

Um verdadeiro encontro é suficiente para trazer cura e reconhecimento para as relações

Verdadeiros encontros são pontes de afeto e compreensão. Desencontros geram violência. Valorize conexões autênticas. Abençoe esses momentos mágicos.Verdadeiros encontros são pontes de afeto e compreensão. Desencontros geram violência. Valorize conexões autênticas. Abençoe esses momentos mágicos.
Vinícius Sgarbe
/
Maku de Almeida
Analista transacional. É a colunista decana deste veículo.
11/10/2023 6:31
Maku de Almeida

Um verdadeiro encontro é suficiente para trazer cura e reconhecimento

<span class="abre-texto">A reflexão que tem ocupado</span> meu condomínio mental neste domingo diz respeito aos tantos desencontros e suas consequências, e às variadas possibilidades dos encontros. Participo de muitos, e observo outros encontros e desencontros.

Entendo como encontro quando duas ou mais pessoas, que compartilham o mesmo espaço-tempo, convivem sem condições prévias, aceitam o outro na sua especial singularidade, acolhem discordâncias e concordâncias, suspendem deliberadamente o julgamento, em um contrato explícito de fluidez na comunicação, e valorização obstinada da própria essência e da essência do outro.

Penso no encontro como uma dimensão sintonizada de uma pessoa que verdadeiramente percebe a outra, manifesta seu interesse pela presença do outro, e se abre para ver, escutar, e sentir o universo do outro.

Quando duas pessoas estão no mesmo local, nem sempre o estar junto é um encontro. Brincando um pouco com a origem da palavra que foi se atenuando ao longo dos séculos (que no latim Incontrare significava encontro de adversário, estar contra, no lado oposto), proponho olhar para algumas variedades, o não encontro, o desencontro, e o encontro.

Muitos podem estar no mesmo ambiente, ao mesmo tempo, e nunca se encontram, mesmo que eventualmente se esbarrem aqui ou acolá. Um não qualifica a presença do outro. Mesmo escutando, essas pessoas não decodificam as falas e outras comunicações, que são incluídas no sistema tal qual um ruído do ambiente. O não encontro é tremendamente assustador. Como em uma novela de ficção científica, a invisibilidade social é gelada para quem assiste, e quase não é percebida pelos protagonistas do não encontro.

O desencontro é mais confuso, nada de escuta, e falas barulhentas, escala até gritos e rupturas. O desencontro é agoniante para quem assiste. O bulício produzido pelas crenças congeladas e “certezas absolutas” não permite sequer reconhecer a presença do outro, ou dos outros. Não há diálogos, há, frequentemente, monólogos berrados. Os desencontros entre pessoas se avolumam e progridem a ponto de produzir divisão e violência. Os desencontros entre grupos, além dessas divisões e violências que os caracterizam, causam desequilíbrios sociais. São as guerras, conflitos, fragmentações de toda sorte, pessoalidades são desintegradas.

Muitas vezes, sinto o desejo de convidar aqueles que estão desencontrados a respirar fundo, a parar por um momento, concentrar-se por um minuto, olhar o outro e, verdadeiramente, abrir-se para o encontro. E sei que não é tão fácil.

E o encontro? Não tem importância o tempo do encontro, sua duração. Importa sua intensidade, importa se houve uma qualidade incontestável de presença. Não importa o lugar onde o encontro ocorre, importa que as pessoas estejam ali verdadeiramente. Que estejam presentes, atentas, sintonizadas umas com as outras. Não importa quem chegou primeiro, quem estava há mais tempo, e quem não veio. Importa estar juntos, com conexão empática, sem pensar em retribuição, fornecendo afeto e reconhecimento sem colocar preço ou condição.

É quando amigos, parceiros, amores, família não são “meus” ou “seus”. Essas pessoas pertencem a eles mesmos, e, como seres humanos livres, podem fazer sua própria e independente trajetória. Ainda assim podem se disponibilizar para o encontro.

Há caminhadas que duram anos e não se convertem em encontros. Há famílias que habitam o mesmo teto e não se encontram. Há parceiros profissionais que laboram horas e horas, anos e anos, lado a lado, e não se encontram. Há amigos que se divertem juntos e não se encontram. Há quem diga “eu te amo” e não se abre para o encontro.

São preciosos os verdadeiros encontros. Parece mágica. Uma ponte se estabelece, porque o afeto desprendido a constrói. A compreensão se solidifica, pois há a aceitação que acolhe. A fluidez se instala, porque há o reconhecimento que aquece. A presença qualificada se faz presente, porque há o prazer explícito em estar juntos.

Abençoo aqueles que me possibilitaram distinguir o verdadeiro encontro do desencontro e do não-encontro. Abençoo aqueles que me mostraram o poder curativo do encontro. Abençoo aqueles, que sem me pedir nada, estão ao meu lado. Não preciso me adaptar, não preciso me calar, não preciso me submeter a quaisquer condições, não preciso abrir mão de meus valores ou pensamentos. É só isso, um encontro, e nada mais.

Maku de Almeida
Analista transacional. É a colunista decana deste veículo.
Última atualização
15/10/2023 12:12

Expansão da soja no Brasil atinge 40 milhões de hectares em 38 anos

Redação Cidade Capital
6/12/2024 10:16

A área destinada ao cultivo de soja no Brasil cresceu quase dez vezes entre 1985 e 2023, passando de 4,4 milhões para 40 milhões de hectares, o que corresponde a 14% de toda a área agropecuária do país. 

Os dados divulgados pela rede MapBiomas nesta sexta-feira (6) mostram que, no período inicial analisado, de 1985 a 2008, a plantação de soja expandiu sobre 18 milhões de hectares, dos quais 30% (5,7 milhões de hectares) substituíram vegetação nativa e 26% (5 milhões de hectares) resultaram da conversão de pastagens.

Pix é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil

Redação Cidade Capital
5/12/2024 10:25

O Pix, serviço de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, segundo dados do estudo O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, divulgado nesta quarta-feira (4). Após quatro anos de lançamento, a ferramenta supera as transações com dinheiro em espécie.

A pesquisa indica que o Pix é utilizado por 76,4% da população, além de ser aquela utilizada com maior frequência para 46% dos entrevistados. Em 2021, quando o serviço estava em operação havia poucos meses, a adesão era de 46%, mas apenas 17% o usavam com frequência.