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Opinião

Quartas de cinzas, outras nem tanto

Explorando o impacto emocional e simbólico da Quarta-feira de Cinzas, entre o fim do Carnaval e o início da realidade cotidiana.Explorando o impacto emocional e simbólico da Quarta-feira de Cinzas, entre o fim do Carnaval e o início da realidade cotidiana.
Arte Cidade Capital
/
Adobe Firefly
Áurea Moneo

É certo que o Carnaval, há muito tempo, satisfaz um desejo humano de explorar o mundo de fantasias que nos define. Para muitos, representa um anseio por liberdade, enquanto para outros, é uma incrível chance de relaxamento, um prelúdio para a retomada ou início de projetos novos ou renovados, que esperam o término dessas celebrações iniciadas em dezembro para serem implementados, especialmente aqui, do lado de cá do equador.

Para todos, sem dúvida, seu final marca um período de luto, o fim da festa, um retorno à realidade. Para alguns, é hora de enfrentar a realidade, para outros, um recomeço, aceitando o limite imposto pelo calendário nacional e preparando-se para agir.

Esse marco é carregado de simbolismo. Afinal, existe algo mais significativo do que a imagem de uma Quarta-Feira de Cinzas, sinalizando o verdadeiro início do ano?

E como cada um enfrenta e sobrevive a esse período? O retorno às aulas, o fim das férias, a volta à rotina, a busca por novas oportunidades, as possibilidades são amplas e é impossível ignorar o impacto dessa transição do prazer para a realidade, substituindo as fantasias carnavalescas pelas restrições da obrigação.

Foi assim que vivenciei essa quarta-feira, caminhando pela Avenida Paulista, com a visão embaçada por um exame de retina, observando, apesar da dificuldade resultante do procedimento, alguns já uniformizados e outros ainda relutantes, em trajes carnavalescos ou cambaleando pela calçada, numa tentativa de desacelerar o implacável passar do tempo. Apenas os cachorros, guiados por seus tutores, pareciam tranquilos.

Para mim, foi uma quarta-feira não tão cinza, apesar do céu nublado e dos óculos escuros, depois de afastar o fantasma da herança de degeneração macular que assombra minha família... que bênção, pelo menos por enquanto! Um luto suave por um feriado prolongado.

Bem diferente de sete anos atrás, quando a mesma Quarta-Feira de Cinzas amanheceu poderosa, levando em seus braços meu grande mestre e amigo eterno, meu querido pai, num completo contraste simbólico: o oposto do oposto, a restrição da restrição.

Desde então, a familiar sensação de perdas, algumas mais dolorosas, outras nem tanto, intensificando a ausência da ausência e o constante esforço de buscar prazer, aliviando o peso de muitos lutos, alguns resolvidos, outros pendentes.

Mas a fênix, que renasce das cinzas, continua gloriosa, ainda que chamuscada, e determinada, sinalizando que, apesar da dor que nos espera, há também o prazer de experimentar as delícias da vida, que constantemente nos surpreende, para o bem ou para o mal.

Bem-vindo, 2024, agora pra valer!

Última atualização
16/2/2024 14:46
Áurea Moneo
Pós-graduada em A Psicanálise do Século XXI, pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap); pós-graduada em Psicanálise, pela Faculdade Álvares de Azevedo (Faatesp); Formação em Psicanálise, pelo Instituto Superior de Psicanálise de Brasília. Outras formações acadêmicas: pós-graduada em Marketing, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM); pós-graduada em Administração, pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo; graduada em Arquitetura, pelo Mackenzie. Responsável pela gestão organizacional e pedagógica do Centro de Formação em Psicanálise Clínica – Illumen, com sede em São Paulo, desde 2010. Leciona Psicanálise, com notória especialidade, responsável pela preparação psicanalítica de novos alunos e professores do Illumen. Atua na clínica psicanalítica desde 2001.

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Redação Cidade Capital
26/7/2024 10:02

O número de mortes causadas por policiais militares no estado de São Paulo quase dobraram em relação ao primeiro semestre de 2023. Neste ano, foram registrados 296 óbitos, contra 154 no mesmo período do ano passado.

As operações policiais na Baixada Santista, como a Operação Escudo e a Operação Verão, são apontadas como fatores para o aumento da violência policial.

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Carolina Schmitz da Silva
26/7/2024 9:27

Nesses últimos dias, meu diálogo interno teve entusiasmadas e atrapalhadas conversas, diante de momentos de puro prazer e outros de tormenta pura. 

A vida segue, os tempos bons e os desafios se apresentam.

Opinião

Quartas de cinzas, outras nem tanto

Explorando o impacto emocional e simbólico da Quarta-feira de Cinzas, entre o fim do Carnaval e o início da realidade cotidiana.Explorando o impacto emocional e simbólico da Quarta-feira de Cinzas, entre o fim do Carnaval e o início da realidade cotidiana.
Arte Cidade Capital
/
Adobe Firefly
Áurea Moneo
Pós-graduada em A Psicanálise do Século XXI, pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap); pós-graduada em Psicanálise, pela Faculdade Álvares de Azevedo (Faatesp); Formação em Psicanálise, pelo Instituto Superior de Psicanálise de Brasília. Outras formações acadêmicas: pós-graduada em Marketing, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM); pós-graduada em Administração, pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo; graduada em Arquitetura, pelo Mackenzie. Responsável pela gestão organizacional e pedagógica do Centro de Formação em Psicanálise Clínica – Illumen, com sede em São Paulo, desde 2010. Leciona Psicanálise, com notória especialidade, responsável pela preparação psicanalítica de novos alunos e professores do Illumen. Atua na clínica psicanalítica desde 2001.
16/2/2024 14:46
Áurea Moneo

Carnaval termina e marca o início real de 2024 para muitos

É certo que o Carnaval, há muito tempo, satisfaz um desejo humano de explorar o mundo de fantasias que nos define. Para muitos, representa um anseio por liberdade, enquanto para outros, é uma incrível chance de relaxamento, um prelúdio para a retomada ou início de projetos novos ou renovados, que esperam o término dessas celebrações iniciadas em dezembro para serem implementados, especialmente aqui, do lado de cá do equador.

Para todos, sem dúvida, seu final marca um período de luto, o fim da festa, um retorno à realidade. Para alguns, é hora de enfrentar a realidade, para outros, um recomeço, aceitando o limite imposto pelo calendário nacional e preparando-se para agir.

Esse marco é carregado de simbolismo. Afinal, existe algo mais significativo do que a imagem de uma Quarta-Feira de Cinzas, sinalizando o verdadeiro início do ano?

E como cada um enfrenta e sobrevive a esse período? O retorno às aulas, o fim das férias, a volta à rotina, a busca por novas oportunidades, as possibilidades são amplas e é impossível ignorar o impacto dessa transição do prazer para a realidade, substituindo as fantasias carnavalescas pelas restrições da obrigação.

Foi assim que vivenciei essa quarta-feira, caminhando pela Avenida Paulista, com a visão embaçada por um exame de retina, observando, apesar da dificuldade resultante do procedimento, alguns já uniformizados e outros ainda relutantes, em trajes carnavalescos ou cambaleando pela calçada, numa tentativa de desacelerar o implacável passar do tempo. Apenas os cachorros, guiados por seus tutores, pareciam tranquilos.

Para mim, foi uma quarta-feira não tão cinza, apesar do céu nublado e dos óculos escuros, depois de afastar o fantasma da herança de degeneração macular que assombra minha família... que bênção, pelo menos por enquanto! Um luto suave por um feriado prolongado.

Bem diferente de sete anos atrás, quando a mesma Quarta-Feira de Cinzas amanheceu poderosa, levando em seus braços meu grande mestre e amigo eterno, meu querido pai, num completo contraste simbólico: o oposto do oposto, a restrição da restrição.

Desde então, a familiar sensação de perdas, algumas mais dolorosas, outras nem tanto, intensificando a ausência da ausência e o constante esforço de buscar prazer, aliviando o peso de muitos lutos, alguns resolvidos, outros pendentes.

Mas a fênix, que renasce das cinzas, continua gloriosa, ainda que chamuscada, e determinada, sinalizando que, apesar da dor que nos espera, há também o prazer de experimentar as delícias da vida, que constantemente nos surpreende, para o bem ou para o mal.

Bem-vindo, 2024, agora pra valer!

Áurea Moneo
Pós-graduada em A Psicanálise do Século XXI, pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap); pós-graduada em Psicanálise, pela Faculdade Álvares de Azevedo (Faatesp); Formação em Psicanálise, pelo Instituto Superior de Psicanálise de Brasília. Outras formações acadêmicas: pós-graduada em Marketing, pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM); pós-graduada em Administração, pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo; graduada em Arquitetura, pelo Mackenzie. Responsável pela gestão organizacional e pedagógica do Centro de Formação em Psicanálise Clínica – Illumen, com sede em São Paulo, desde 2010. Leciona Psicanálise, com notória especialidade, responsável pela preparação psicanalítica de novos alunos e professores do Illumen. Atua na clínica psicanalítica desde 2001.
Última atualização
16/2/2024 14:46

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Redação Cidade Capital
26/7/2024 10:02

O número de mortes causadas por policiais militares no estado de São Paulo quase dobraram em relação ao primeiro semestre de 2023. Neste ano, foram registrados 296 óbitos, contra 154 no mesmo período do ano passado.

As operações policiais na Baixada Santista, como a Operação Escudo e a Operação Verão, são apontadas como fatores para o aumento da violência policial.

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Carolina Schmitz da Silva
26/7/2024 9:27

Nesses últimos dias, meu diálogo interno teve entusiasmadas e atrapalhadas conversas, diante de momentos de puro prazer e outros de tormenta pura. 

A vida segue, os tempos bons e os desafios se apresentam.