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Opinião

Pais com autoestima fortalecida sabem nutrir e estruturar o caminho de seus filhos

 Promover autoestima nas crianças requer equilíbrio emocional dos pais, ensinando limites e amor incondicional. Essa base fortalece os pequenos. Promover autoestima nas crianças requer equilíbrio emocional dos pais, ensinando limites e amor incondicional. Essa base fortalece os pequenos.
Vinícius Sgarbe
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Adobe Firefly
Maku de Almeida

<span class="abre-texto">Quando penso no que de melhor</span> podemos dar para nossos filhos, imediatamente me vem o pensamento: uma autoestima fortalecida. O que não significa encaminhá-los para um caminho narcísico de se perceberem melhores que todas as outras pessoas. Significa fundamentos e recursos internos que lhes permitam navegar pelos altos e baixos da existência dando conta de lidar com os diferentes desafios.

A autoestima é construída e nutrida a partir de um delicado equilíbrio entre estrutura e nutrição emocional, o que supõe uma atenção dividida em gestão de limites e fornecimento de estímulos que atendam as necessidades relacionais dos filhos.

O bebezinho, quando chega a uma comunidade familiar, é singular e único em suas características. Ao se relacionar com as pessoas, através das suas experiências, ele constrói identidade e autoestima.

Aos pais, cabe a tarefa nobre de cuidarem e fortalecerem a si mesmos, para que tenham condições de fornecer ambiente e comportamentos que facilitem o processo. Muitas vezes, não recebemos os recursos necessários para fazê-lo. O bonito da existência é que o que não recebemos na nossa própria experiência podemos aprender.

Autoestima é um fenômeno interno, construído aos poucos e não depende da percepção externa ou comparação com outras pessoas. Ou seja, quanto mais robusta a autoestima, menos vulnerável a pessoa será aos impactos de outras pessoas e de eventos ao redor de si.

Respeitar a si mesmo, dentro do escopo de uma autoestima fortalecida, propicia uma visão nivelada das outras pessoas, dentro de uma ética de simetria. A fragilização da autoestima expõe a pessoa aos julgamentos e comparações que podem exclui-la de possibilidades e alternativas de realização de bem-estar.

A construção da autoestima se dá na convivência com pessoas que permitam que nosso aprendizado aconteça, que nossa capacidade crescente seja validada em cada uma das suas fases, e que possam nos fazer acreditar no quão dignos somos do amor inequívoco.

Preciso contar que o amor inequívoco não é um dos aspectos do amor romântico. Amor inequívoco parte da decisão deliberada de amar sem nenhuma condição. Perceber-se digno desse amor é um ingrediente insubstituível para a constituição e manutenção da autoestima.

Da consolidação da autoestima faz parte aprender a reconhecer as mensagens construtivas e destrutivas, de tal maneira que possamos, ao distingui-las, escolher qual vamos internalizar. Do fortalecimento da autoestima faz parte vivenciar as experiências e ter recursos emocionais e de pensamento para tomar decisões plenas de saúde. Da construção da autoestima e da autovalidação faz parte o equilíbrio entre reconhecimento e estímulo (necessidades relacionais básicas) e estrutura (clareza quanto a fronteiras e papéis).

Facilitar o processo de autovalidação nas crianças supõe um processo longo de amar e ensinar habilidades e responsabilidades a elas. Ao receberem limites amorosos, as crianças aprendem aos poucos a estabelecer os próprios limites e a se valorizar.

Muitas crianças não aprendem sobre fronteiras e limites quando convivem com adultos, porque esses as julgam ou criticam duramente os seus erros. Tais crianças nunca escutarão ou assistirão o que fazer, como fazer, quando fazer, e com quem fazer as tarefas rotineiras do viver. Ainda assim, os adultos esperam que elas acertem, que se adequem com perfeição.  

Podemos dialogar a respeito; é um tema que me mobiliza. Na minha ação profissional de desenvolvimento de pessoas, encontro em corpos de adultos as crianças que não aprenderam a autoestima nas suas diferentes linguagens. Mas é um aprendizado que pode ser retomado a qualquer tempo. Essa é uma luz que me estimula. Por outro lado, muito tempo e saúde são perdidos em inúmeras tentativas de acertar. O custo é alto, medido em quantidade de vida (não qualidade).

Uma criança amada assertivamente, que receba palavras, gestos e cuidado – nutrição emocional – saberá amar a si mesma.

Uma criança que aprenda limites, habilidades e padrões – estrutura – terá condições de desenvolver o senso de si e do outro, aprenderá e introjetará valores e ética, e poderá assumir a responsabilidade de si mesma.

Nutrição e estrutura são parceiras nesse projeto de vida. A presença de uma delas pelo menos oferece condições para o funcionamento da criança, mesmo que sem alegria e leveza (quando falta a nutrição), e sem força e segurança (quando falta a estrutura).

Por onde começar?

Pais com autoestima fortalecida sabem nutrir e estruturar o caminho de seus filhos. Quando não é o caso de haver autoestima nos cuidadores, é hora de trazer para si a possibilidade de aprender como fazer para cuidar de si.

No caminho, ao dialogar com os filhos, temos a possibilidade de também aprender. Não é uma tarefa simples, não é uma tarefa a se fazer sozinho, não é tarefa para se executar como parâmetro de sucesso. Não são filhos perfeitos que precisamos almejar, e sim filhos que deem conta, do jeito deles, dos desafios apresentados pela experiência de viver – com leveza e algum prazer, quando possível.

Última atualização
1/10/2023 20:18
Maku de Almeida
Analista transacional. Escreve aos domingos.

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Redação Cidade Capital
26/7/2024 10:02

O número de mortes causadas por policiais militares no estado de São Paulo quase dobraram em relação ao primeiro semestre de 2023. Neste ano, foram registrados 296 óbitos, contra 154 no mesmo período do ano passado.

As operações policiais na Baixada Santista, como a Operação Escudo e a Operação Verão, são apontadas como fatores para o aumento da violência policial.

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Carolina Schmitz da Silva
26/7/2024 9:27

Nesses últimos dias, meu diálogo interno teve entusiasmadas e atrapalhadas conversas, diante de momentos de puro prazer e outros de tormenta pura. 

A vida segue, os tempos bons e os desafios se apresentam.

Opinião

Pais com autoestima fortalecida sabem nutrir e estruturar o caminho de seus filhos

 Promover autoestima nas crianças requer equilíbrio emocional dos pais, ensinando limites e amor incondicional. Essa base fortalece os pequenos. Promover autoestima nas crianças requer equilíbrio emocional dos pais, ensinando limites e amor incondicional. Essa base fortalece os pequenos.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly
Maku de Almeida
Analista transacional. Escreve aos domingos.
24/9/2023 17:52
Maku de Almeida

Pais com autoestima fortalecida sabem nutrir e estruturar seus filhos

<span class="abre-texto">Quando penso no que de melhor</span> podemos dar para nossos filhos, imediatamente me vem o pensamento: uma autoestima fortalecida. O que não significa encaminhá-los para um caminho narcísico de se perceberem melhores que todas as outras pessoas. Significa fundamentos e recursos internos que lhes permitam navegar pelos altos e baixos da existência dando conta de lidar com os diferentes desafios.

A autoestima é construída e nutrida a partir de um delicado equilíbrio entre estrutura e nutrição emocional, o que supõe uma atenção dividida em gestão de limites e fornecimento de estímulos que atendam as necessidades relacionais dos filhos.

O bebezinho, quando chega a uma comunidade familiar, é singular e único em suas características. Ao se relacionar com as pessoas, através das suas experiências, ele constrói identidade e autoestima.

Aos pais, cabe a tarefa nobre de cuidarem e fortalecerem a si mesmos, para que tenham condições de fornecer ambiente e comportamentos que facilitem o processo. Muitas vezes, não recebemos os recursos necessários para fazê-lo. O bonito da existência é que o que não recebemos na nossa própria experiência podemos aprender.

Autoestima é um fenômeno interno, construído aos poucos e não depende da percepção externa ou comparação com outras pessoas. Ou seja, quanto mais robusta a autoestima, menos vulnerável a pessoa será aos impactos de outras pessoas e de eventos ao redor de si.

Respeitar a si mesmo, dentro do escopo de uma autoestima fortalecida, propicia uma visão nivelada das outras pessoas, dentro de uma ética de simetria. A fragilização da autoestima expõe a pessoa aos julgamentos e comparações que podem exclui-la de possibilidades e alternativas de realização de bem-estar.

A construção da autoestima se dá na convivência com pessoas que permitam que nosso aprendizado aconteça, que nossa capacidade crescente seja validada em cada uma das suas fases, e que possam nos fazer acreditar no quão dignos somos do amor inequívoco.

Preciso contar que o amor inequívoco não é um dos aspectos do amor romântico. Amor inequívoco parte da decisão deliberada de amar sem nenhuma condição. Perceber-se digno desse amor é um ingrediente insubstituível para a constituição e manutenção da autoestima.

Da consolidação da autoestima faz parte aprender a reconhecer as mensagens construtivas e destrutivas, de tal maneira que possamos, ao distingui-las, escolher qual vamos internalizar. Do fortalecimento da autoestima faz parte vivenciar as experiências e ter recursos emocionais e de pensamento para tomar decisões plenas de saúde. Da construção da autoestima e da autovalidação faz parte o equilíbrio entre reconhecimento e estímulo (necessidades relacionais básicas) e estrutura (clareza quanto a fronteiras e papéis).

Facilitar o processo de autovalidação nas crianças supõe um processo longo de amar e ensinar habilidades e responsabilidades a elas. Ao receberem limites amorosos, as crianças aprendem aos poucos a estabelecer os próprios limites e a se valorizar.

Muitas crianças não aprendem sobre fronteiras e limites quando convivem com adultos, porque esses as julgam ou criticam duramente os seus erros. Tais crianças nunca escutarão ou assistirão o que fazer, como fazer, quando fazer, e com quem fazer as tarefas rotineiras do viver. Ainda assim, os adultos esperam que elas acertem, que se adequem com perfeição.  

Podemos dialogar a respeito; é um tema que me mobiliza. Na minha ação profissional de desenvolvimento de pessoas, encontro em corpos de adultos as crianças que não aprenderam a autoestima nas suas diferentes linguagens. Mas é um aprendizado que pode ser retomado a qualquer tempo. Essa é uma luz que me estimula. Por outro lado, muito tempo e saúde são perdidos em inúmeras tentativas de acertar. O custo é alto, medido em quantidade de vida (não qualidade).

Uma criança amada assertivamente, que receba palavras, gestos e cuidado – nutrição emocional – saberá amar a si mesma.

Uma criança que aprenda limites, habilidades e padrões – estrutura – terá condições de desenvolver o senso de si e do outro, aprenderá e introjetará valores e ética, e poderá assumir a responsabilidade de si mesma.

Nutrição e estrutura são parceiras nesse projeto de vida. A presença de uma delas pelo menos oferece condições para o funcionamento da criança, mesmo que sem alegria e leveza (quando falta a nutrição), e sem força e segurança (quando falta a estrutura).

Por onde começar?

Pais com autoestima fortalecida sabem nutrir e estruturar o caminho de seus filhos. Quando não é o caso de haver autoestima nos cuidadores, é hora de trazer para si a possibilidade de aprender como fazer para cuidar de si.

No caminho, ao dialogar com os filhos, temos a possibilidade de também aprender. Não é uma tarefa simples, não é uma tarefa a se fazer sozinho, não é tarefa para se executar como parâmetro de sucesso. Não são filhos perfeitos que precisamos almejar, e sim filhos que deem conta, do jeito deles, dos desafios apresentados pela experiência de viver – com leveza e algum prazer, quando possível.

Maku de Almeida
Analista transacional. Escreve aos domingos.
Última atualização
1/10/2023 20:18

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Redação Cidade Capital
26/7/2024 10:02

O número de mortes causadas por policiais militares no estado de São Paulo quase dobraram em relação ao primeiro semestre de 2023. Neste ano, foram registrados 296 óbitos, contra 154 no mesmo período do ano passado.

As operações policiais na Baixada Santista, como a Operação Escudo e a Operação Verão, são apontadas como fatores para o aumento da violência policial.

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Carolina Schmitz da Silva
26/7/2024 9:27

Nesses últimos dias, meu diálogo interno teve entusiasmadas e atrapalhadas conversas, diante de momentos de puro prazer e outros de tormenta pura. 

A vida segue, os tempos bons e os desafios se apresentam.