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Opinião

Lidando com o luto, das diversas perdas ao processo de recomeço

Explorando o luto: perdas, emoções, fases de Kübler-Ross e apoio emocional.Explorando o luto: perdas, emoções, fases de Kübler-Ross e apoio emocional.
Vinícius Sgarbe
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Adobe Firefly

Há algum tempo, o tema luto vem ocupando meus pensamentos. O luto pode estar associado à perda de um ente querido, mas também a qualquer processo de perda significativa na vida de uma pessoa.

É natural, nesse momento, passarmos por mudanças importantes em nossas vidas e nos sentirmos perdidos, desamparados, sem saber para onde ir, em contato com diferentes emoções que nos causam confusão e dificuldade para seguir em frente.

Lembrei-me de alguns lutos da minha vida, perda de pessoas queridas e muito próximas que faleceram (avós, padrinho, tios, amigos), mudança de cidade em um momento importante da minha vida, ser demitida, perda de um bebê durante a gestação, separação/divórcio (relacionamentos que eram referência para mim). Escrevo este texto e sinto novamente as emoções que senti naqueles momentos, principalmente tristeza, raiva e medo.

Podemos lidar com estes momentos de diferentes maneiras e olhar para este tema por diferentes perspectivas, eis aqui apenas uma faceta.

É importante lembrar e reforçar que cada um vive a experiência do luto de maneira única. A psiquiatra suíço-americana Kübler-Ross, a partir de seus estudos, propôs cinco estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Essas fases não são lineares; cada um leva um tempo específico em cada uma delas e as vive/expressa de maneira individualizada. Para saber mais, recomendo a leitura de textos sobre o assunto e sobre a autora.

Gosto de analisar essas fases sob a perspectiva de que, diante de um evento estressor, as emoções serão geradas em nosso corpo (querendo ou não, o movimento bioquímico acontecerá e o corpo entrará em estado de proteção e combate).

Quando entramos em contato (ou não) com essas mudanças bioquímicas, buscamos nominar o que estamos sentindo e a partir disso me comportarei para dar conta do que está acontecendo, dentro e fora.

Se, diante de uma situação de luto, estou efetivamente sentindo raiva, mas dou o nome de tristeza, meu comportamento será para combater ou me proteger do mundo a partir da tristeza, e com isso minha ação pode ser inadequada ao momento e à minha real necessidade.

Por isso, entender o que estamos sentindo pode fazer a diferença para passar por um processo de luto.

Encontrar uma pessoa que possa nos ajudar a organizar os sentimentos e pensamentos e toda a bagunça interna que uma perda significativa causa, encontrar um colo seguro onde possamos falar e o outro ouvir e acolher sem julgamento, ter um lugar seguro para expressar genuinamente o que estou sentindo. Isso nos dará condições de entender o que está acontecendo dentro e fora, adotar comportamentos de autocuidado coerentes com o que de fato sentimos naquele momento e seguir em frente.

Podemos fazer isso de duas maneiras (combinar as duas, do meu ponto de vista, é o melhor cenário): a primeira é buscar ajuda profissional, uma pessoa que entende do assunto (psicoterapeuta, médico, dentre outros), que pode trazer recursos importantes para dar conta desse momento. A segunda maneira é nos rodear das pessoas que amamos, nos permitir ser cuidados e acolhidos por elas, ter por perto aquela rede de apoio que transborda amor.

Encerro esse texto com uma frase de um psicoterapeuta que admiro muito, Richard Erskine (2014), “a resolução do luto [...] envolve restaurar a capacidade do indivíduo para o pleno contato interno e interpessoal, ou seja, a capacidade de dizer um autêntico olá antes de dizer um genuíno adeus”.

Última atualização
14/5/2024 7:36
Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.

Expansão da soja no Brasil atinge 40 milhões de hectares em 38 anos

Expansão da soja no Brasil atinge 40 milhões de hectares em 38 anos

Redação Cidade Capital
6/12/2024 10:16

A área destinada ao cultivo de soja no Brasil cresceu quase dez vezes entre 1985 e 2023, passando de 4,4 milhões para 40 milhões de hectares, o que corresponde a 14% de toda a área agropecuária do país. 

Os dados divulgados pela rede MapBiomas nesta sexta-feira (6) mostram que, no período inicial analisado, de 1985 a 2008, a plantação de soja expandiu sobre 18 milhões de hectares, dos quais 30% (5,7 milhões de hectares) substituíram vegetação nativa e 26% (5 milhões de hectares) resultaram da conversão de pastagens.

Pix é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil

Pix é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil

Redação Cidade Capital
5/12/2024 10:25

O Pix, serviço de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, segundo dados do estudo O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, divulgado nesta quarta-feira (4). Após quatro anos de lançamento, a ferramenta supera as transações com dinheiro em espécie.

A pesquisa indica que o Pix é utilizado por 76,4% da população, além de ser aquela utilizada com maior frequência para 46% dos entrevistados. Em 2021, quando o serviço estava em operação havia poucos meses, a adesão era de 46%, mas apenas 17% o usavam com frequência.

Opinião

Lidando com o luto, das diversas perdas ao processo de recomeço

Explorando o luto: perdas, emoções, fases de Kübler-Ross e apoio emocional.Explorando o luto: perdas, emoções, fases de Kübler-Ross e apoio emocional.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly
Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.

Há algum tempo, o tema luto vem ocupando meus pensamentos. O luto pode estar associado à perda de um ente querido, mas também a qualquer processo de perda significativa na vida de uma pessoa.

É natural, nesse momento, passarmos por mudanças importantes em nossas vidas e nos sentirmos perdidos, desamparados, sem saber para onde ir, em contato com diferentes emoções que nos causam confusão e dificuldade para seguir em frente.

Lembrei-me de alguns lutos da minha vida, perda de pessoas queridas e muito próximas que faleceram (avós, padrinho, tios, amigos), mudança de cidade em um momento importante da minha vida, ser demitida, perda de um bebê durante a gestação, separação/divórcio (relacionamentos que eram referência para mim). Escrevo este texto e sinto novamente as emoções que senti naqueles momentos, principalmente tristeza, raiva e medo.

Podemos lidar com estes momentos de diferentes maneiras e olhar para este tema por diferentes perspectivas, eis aqui apenas uma faceta.

É importante lembrar e reforçar que cada um vive a experiência do luto de maneira única. A psiquiatra suíço-americana Kübler-Ross, a partir de seus estudos, propôs cinco estágios do luto: negação, raiva, barganha, depressão e aceitação. Essas fases não são lineares; cada um leva um tempo específico em cada uma delas e as vive/expressa de maneira individualizada. Para saber mais, recomendo a leitura de textos sobre o assunto e sobre a autora.

Gosto de analisar essas fases sob a perspectiva de que, diante de um evento estressor, as emoções serão geradas em nosso corpo (querendo ou não, o movimento bioquímico acontecerá e o corpo entrará em estado de proteção e combate).

Quando entramos em contato (ou não) com essas mudanças bioquímicas, buscamos nominar o que estamos sentindo e a partir disso me comportarei para dar conta do que está acontecendo, dentro e fora.

Se, diante de uma situação de luto, estou efetivamente sentindo raiva, mas dou o nome de tristeza, meu comportamento será para combater ou me proteger do mundo a partir da tristeza, e com isso minha ação pode ser inadequada ao momento e à minha real necessidade.

Por isso, entender o que estamos sentindo pode fazer a diferença para passar por um processo de luto.

Encontrar uma pessoa que possa nos ajudar a organizar os sentimentos e pensamentos e toda a bagunça interna que uma perda significativa causa, encontrar um colo seguro onde possamos falar e o outro ouvir e acolher sem julgamento, ter um lugar seguro para expressar genuinamente o que estou sentindo. Isso nos dará condições de entender o que está acontecendo dentro e fora, adotar comportamentos de autocuidado coerentes com o que de fato sentimos naquele momento e seguir em frente.

Podemos fazer isso de duas maneiras (combinar as duas, do meu ponto de vista, é o melhor cenário): a primeira é buscar ajuda profissional, uma pessoa que entende do assunto (psicoterapeuta, médico, dentre outros), que pode trazer recursos importantes para dar conta desse momento. A segunda maneira é nos rodear das pessoas que amamos, nos permitir ser cuidados e acolhidos por elas, ter por perto aquela rede de apoio que transborda amor.

Encerro esse texto com uma frase de um psicoterapeuta que admiro muito, Richard Erskine (2014), “a resolução do luto [...] envolve restaurar a capacidade do indivíduo para o pleno contato interno e interpessoal, ou seja, a capacidade de dizer um autêntico olá antes de dizer um genuíno adeus”.

Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.
Última atualização
14/5/2024 7:36

Expansão da soja no Brasil atinge 40 milhões de hectares em 38 anos

Redação Cidade Capital
6/12/2024 10:16

A área destinada ao cultivo de soja no Brasil cresceu quase dez vezes entre 1985 e 2023, passando de 4,4 milhões para 40 milhões de hectares, o que corresponde a 14% de toda a área agropecuária do país. 

Os dados divulgados pela rede MapBiomas nesta sexta-feira (6) mostram que, no período inicial analisado, de 1985 a 2008, a plantação de soja expandiu sobre 18 milhões de hectares, dos quais 30% (5,7 milhões de hectares) substituíram vegetação nativa e 26% (5 milhões de hectares) resultaram da conversão de pastagens.

Pix é o meio de pagamento mais utilizado no Brasil

Redação Cidade Capital
5/12/2024 10:25

O Pix, serviço de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, segundo dados do estudo O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, divulgado nesta quarta-feira (4). Após quatro anos de lançamento, a ferramenta supera as transações com dinheiro em espécie.

A pesquisa indica que o Pix é utilizado por 76,4% da população, além de ser aquela utilizada com maior frequência para 46% dos entrevistados. Em 2021, quando o serviço estava em operação havia poucos meses, a adesão era de 46%, mas apenas 17% o usavam com frequência.