Corrida para a Prefeitura de Curitiba

Opinião

Entender a própria criança interna pode levar a uma vida mais feliz

Explore como autonomia, escolhas pessoais e a relação com a criança interna podem influenciar nossa felicidade e capacidade de viver alegremente.Explore como autonomia, escolhas pessoais e a relação com a criança interna podem influenciar nossa felicidade e capacidade de viver alegremente.
Arte Cidade Capital
/
Adobe Firefly
Maku de Almeida

<span class="abre-texto">Felicidade, como quase todos os estados</span> da existência humana não é permanente. Não está automaticamente contida em grandes feitos ou aquisições. Penso que estar feliz pode ser associado à autonomia possível, à liberdade de fazer as próprias escolhas e a não estar subordinada passivamente a pessoas e contextos.

Para chegar nesse ponto, há uma jornada de compreensão de quem sou, onde estou e com quem estou onde estou. Simples de encadear em uma frase, cada fragmento da sentença indica caminhos a percorrer.

Antes de prosseguir, é importante um pedido. Pessoas cuidam de bebês com os recursos que tem. Nossos pais trazem consigo um alforje lotado de estratégias aprendidas, que, muitas vezes são aplicadas sem pensar. Portanto, não parece legítimo apropriar culpa a quem quer que seja.

Tais reflexões, que seguem à esta primeira, têm o propósito de nos dar coragem para assumir nossa Criança Interna. Agradecer e honrar quem veio antes, mas trazer para nossos braços o cuidado, a cura, e a expansão de possibilidades para a alegria, a leveza, a felicidade.

Quem sou? Pelo que passou minha pequenina eu? Cada humano com quem me relacionei nos meus primeiros meses deixaram presentes intangíveis que fortalecem ou não minha confiança em mim e nas outras pessoas.

A minha pele foi tocada com afeto, validada com carinho, ou com pressa, irritação, impaciência? Recebi colo acolhedor, atento, carinhoso ou conheci a primeira solidão no berço. O bebezinho ainda não completou seis meses e já se sentira bem ou não. Seguro ou não. Amado ou não. Confiante ou não. Sequer imagina o significados das palavras, mas já sentirá seus efeitos no corpo e nas vísceras. Adultos conectados com a própria Criança Interna saberão ler os sinais.

Quando adultos, tomar iniciativa para buscar nossa felicidade ou para resolver problemas que a impedem parece ser uma saída lógica.

Na idade adulta, a felicidade exige coragem e confiança para ser qualificada e aproveitada. Os aprendizados base para isto acontecem antes dos dois anos.

Ali, a criança experimenta a iniciativa, começa a perceber opções e ensaia resolver problemas. Nessa fase as crianças abrigadas nos corpos adultos dos cuidadores, muitas vezes, assustados, reprimem e calam a criança que orientam. Perde-se oportunidade para fortalecer a confiança daquele pequeno ser, vai embora a chance de fortalecer sua autoconfiança em experimentar possibilidades do aprender.

E a criança segue a sua jornada, reduzindo aos poucos seu olhar maravilhado para se adequar às circunstâncias, às pessoas, às demandas, à sociedade. Sutilmente, desapercebida, perde aos poucos o contato consigo mesmo e com o que poderá ou não trazê-las mais perto da felicidade.

Ali, no núcleo da Criança Interna, a confiança, a coragem, a autoestima juntas podem compor uma base formidável para apoiar a percepção, identificação e adoção de padrões mais felizes. Quando examinamos o que nos afasta de tais padrões, percebemos alquebradas a confiança, a coragem e a autoestima. A lindeza da vida é que podemos assumir a função de recompor os padrões, costurar as fissuras e cuidar das dores para liberar a criança para correr para experimentar a felicidade plenamente.

Última atualização
14/4/2024 13:07
Maku de Almeida
Analista transacional. Escreve aos domingos.

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Maku de Almeida
19/5/2024 16:26

Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.

A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Jane Hir
19/5/2024 16:08

Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.

Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.

Opinião

Entender a própria criança interna pode levar a uma vida mais feliz

Explore como autonomia, escolhas pessoais e a relação com a criança interna podem influenciar nossa felicidade e capacidade de viver alegremente.Explore como autonomia, escolhas pessoais e a relação com a criança interna podem influenciar nossa felicidade e capacidade de viver alegremente.
Arte Cidade Capital
/
Adobe Firefly
Maku de Almeida
Analista transacional. Escreve aos domingos.
14/4/2024 13:07
Maku de Almeida

A felicidade e a gênese da coragem

<span class="abre-texto">Felicidade, como quase todos os estados</span> da existência humana não é permanente. Não está automaticamente contida em grandes feitos ou aquisições. Penso que estar feliz pode ser associado à autonomia possível, à liberdade de fazer as próprias escolhas e a não estar subordinada passivamente a pessoas e contextos.

Para chegar nesse ponto, há uma jornada de compreensão de quem sou, onde estou e com quem estou onde estou. Simples de encadear em uma frase, cada fragmento da sentença indica caminhos a percorrer.

Antes de prosseguir, é importante um pedido. Pessoas cuidam de bebês com os recursos que tem. Nossos pais trazem consigo um alforje lotado de estratégias aprendidas, que, muitas vezes são aplicadas sem pensar. Portanto, não parece legítimo apropriar culpa a quem quer que seja.

Tais reflexões, que seguem à esta primeira, têm o propósito de nos dar coragem para assumir nossa Criança Interna. Agradecer e honrar quem veio antes, mas trazer para nossos braços o cuidado, a cura, e a expansão de possibilidades para a alegria, a leveza, a felicidade.

Quem sou? Pelo que passou minha pequenina eu? Cada humano com quem me relacionei nos meus primeiros meses deixaram presentes intangíveis que fortalecem ou não minha confiança em mim e nas outras pessoas.

A minha pele foi tocada com afeto, validada com carinho, ou com pressa, irritação, impaciência? Recebi colo acolhedor, atento, carinhoso ou conheci a primeira solidão no berço. O bebezinho ainda não completou seis meses e já se sentira bem ou não. Seguro ou não. Amado ou não. Confiante ou não. Sequer imagina o significados das palavras, mas já sentirá seus efeitos no corpo e nas vísceras. Adultos conectados com a própria Criança Interna saberão ler os sinais.

Quando adultos, tomar iniciativa para buscar nossa felicidade ou para resolver problemas que a impedem parece ser uma saída lógica.

Na idade adulta, a felicidade exige coragem e confiança para ser qualificada e aproveitada. Os aprendizados base para isto acontecem antes dos dois anos.

Ali, a criança experimenta a iniciativa, começa a perceber opções e ensaia resolver problemas. Nessa fase as crianças abrigadas nos corpos adultos dos cuidadores, muitas vezes, assustados, reprimem e calam a criança que orientam. Perde-se oportunidade para fortalecer a confiança daquele pequeno ser, vai embora a chance de fortalecer sua autoconfiança em experimentar possibilidades do aprender.

E a criança segue a sua jornada, reduzindo aos poucos seu olhar maravilhado para se adequar às circunstâncias, às pessoas, às demandas, à sociedade. Sutilmente, desapercebida, perde aos poucos o contato consigo mesmo e com o que poderá ou não trazê-las mais perto da felicidade.

Ali, no núcleo da Criança Interna, a confiança, a coragem, a autoestima juntas podem compor uma base formidável para apoiar a percepção, identificação e adoção de padrões mais felizes. Quando examinamos o que nos afasta de tais padrões, percebemos alquebradas a confiança, a coragem e a autoestima. A lindeza da vida é que podemos assumir a função de recompor os padrões, costurar as fissuras e cuidar das dores para liberar a criança para correr para experimentar a felicidade plenamente.

Maku de Almeida
Analista transacional. Escreve aos domingos.
Última atualização
14/4/2024 13:07

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Eu e minhas circunstâncias à busca de propósito

Maku de Almeida
19/5/2024 16:26

Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.

A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Jane Hir
19/5/2024 16:08

Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.

Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.

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