Corrida para a Prefeitura de Curitiba

Opinião

Em entrevista, Nelson Edi Hohmann fala sobre sua carreira artística na gravura

Conheça a trajetória de Nelson Edi Hohmann, artista gravurista, desde suas influências até suas perspectivas futuras na arte.Conheça a trajetória de Nelson Edi Hohmann, artista gravurista, desde suas influências até suas perspectivas futuras na arte.
Bianca Stella
/
Acervo pessoal
Gracon

Neste texto, vamos conhecer um pouco mais sobre a trajetória do artista curitibano Nelson Edi Hohmann, formado em Educação Artística pela Faculdade de Artes do Paraná, em 1990. Desde 1989, participa de diversas exposições coletivas, salões de arte e bienais de gravura, tendo obras em acervos nacionais e internacionais. Atualmente, trabalha como instrutor de artes nos ateliês de xilogravura e serigrafia do Solar do Barão.

Bianca: Como você começou a se interessar pela gravura e quais foram suas principais influências artísticas?

Nelson: Os motivos para abandonar a pintura e seguir com a utilização das técnicas de gravura vêm por incentivo da professora Rosane Schloegel, a partir do segundo semestre de 1989, quando comecei a frequentar a oficina de serigrafia no Museu Da Gravura Cidade de Curitiba (MGCC), ministrada pelo artista e arte-educador Júlio César Manso Vieira. Em 1994, deixei de pintar para concentrar os esforços em bancar os custos da utilização do ateliê — na aquisição dos materiais serigráficos — e desenvolver séries de trabalhos para exposições coletivas e solo. As minhas influências começam com os artistas dos movimentos modernistas da Europa — Cubismo, Dadaísmo, Expressionismo abstrato e passando pela Pop Arte Americana — mas, também dos artistas modernistas brasileiros como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Oswaldo Goeldi, Lívio Abramo e principalmente o Concretismo dos anos cinquenta ao Tropicalismo dos anos sessenta, com Lígia Clark e Hélio Oiticica. As influências vêm até hoje norteando as minhas pesquisas artísticas — Dionísio Del Santo, Volpi, Waldemar Cordeiro, Fayga Ostrower e Renina Katz.

Nelson Edi Hohmann, “Espaço-cor”, serigrafia sobre papel algodão, 42 x 57 cm, 2020.

Bianca: Como você descreve sua trajetória no Museu da Gravura? 

Nelson: Em 1989, no início da aprendizagem técnica, frequentei as oficinas de Serigrafia e Xilografia com o objetivo de prática individual. Através do concurso público fui efetivado orientador de gravura do MGCC, em 17/08/1994. Desde então, sigo orientando os ateliês de Xilografia e Serigrafia.

Bianca: Você pode contar sobre como surgiu a proposta do troca-troca de gravura entre os ateliês do Solar do Barão? 

Nelson: No final do verão de 2010 recebi a visita de um estudante norte-americano chamado Cole Hoyer-Winfield. Naquela ocasião, [ele] estava visitando a cidade de Curitiba, procurando alguma referência para desenvolver projetos culturais de intercâmbio para a criação de uma história em quadrinhos na técnica da Xilografia, daí veio a ideia de fazermos uma troca de gravuras entre artistas brasileiros e artistas norte-americanos. Criamos um regulamento para a confecção de um álbum de gravuras e as trocas dos trabalhos. Participamos de diversas exposições em nível local, no próprio MGCC, nacional, na Casa da Gravura em São Paulo (SP) e internacional, na Conferência Nacional de Gravura em Mineápolis (MN), nos Estados Unidos. No ano seguinte, fizemos nova troca de gravuras. Esta experiência se manteve como uma forma de confraternização dos orientadores e frequentadores das oficinas de gravura do MGCC até os dias de hoje.

Exposição ‘Idiossincrasia Local’, em ocasião do 2º Intercâmbio de Portfólios, na galeria Gravura Brasileira, 2012.

Bianca: Como você vê o papel da gravura na arte contemporânea brasileira e internacional?

Nelson: A tradição dos artistas brasileiros em utilizar técnicas de gravura inicia-se no final do século XIX com Carlos Oswald, artista e professor que incentiva as tradições de prelo e logo no início do século XX, se mantém arraigado aos cursos. A prática prossegue na densidade dos trabalhos de Lasar Segall e Oswaldo Goeldi, influenciando uma miríade de excelentes artistas de gerações posteriores. A partir das décadas de 50 e 60, a gravura toma a cena brasileira e fortalece o mercado de arte. Neste contexto, nasce a obra múltipla da gravura. A contemporaneidade das técnicas de impressão [hoje] influencia praticamente toda a produção artística global, estabelecendo a presença das técnicas de gravura tradicionais em meio às mais avançadas técnicas de impressão, [elas] ainda têm sua relevância e seguem a reverberar no presente.

Bianca: Quais são seus planos e expectativas para o futuro?

Nelson: Meus planos de trabalho na pesquisa e produção de novas obras concentram-se nas experiências das técnicas de gravura. Espero elevar as expectativas de expor as gravuras em diversos locais de notoriedade, para que mais pessoas possam assistir e desfrutar da minha produção artística.

 Por Bianca Stella.

Última atualização
8/12/2023 10:26
Gracon
Grupo de pesquisa em Gravura Contemporânea da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Redação Cidade Capital
26/7/2024 10:02

O número de mortes causadas por policiais militares no estado de São Paulo quase dobraram em relação ao primeiro semestre de 2023. Neste ano, foram registrados 296 óbitos, contra 154 no mesmo período do ano passado.

As operações policiais na Baixada Santista, como a Operação Escudo e a Operação Verão, são apontadas como fatores para o aumento da violência policial.

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Carolina Schmitz da Silva
26/7/2024 9:27

Nesses últimos dias, meu diálogo interno teve entusiasmadas e atrapalhadas conversas, diante de momentos de puro prazer e outros de tormenta pura. 

A vida segue, os tempos bons e os desafios se apresentam.

Opinião

Em entrevista, Nelson Edi Hohmann fala sobre sua carreira artística na gravura

Conheça a trajetória de Nelson Edi Hohmann, artista gravurista, desde suas influências até suas perspectivas futuras na arte.Conheça a trajetória de Nelson Edi Hohmann, artista gravurista, desde suas influências até suas perspectivas futuras na arte.
Bianca Stella
/
Acervo pessoal
Gracon
Grupo de pesquisa em Gravura Contemporânea da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
1/12/2023 9:37
Gracon

Em entrevista, Nelson Edi Hohmann fala sobre sua carreira artística na gravura

Neste texto, vamos conhecer um pouco mais sobre a trajetória do artista curitibano Nelson Edi Hohmann, formado em Educação Artística pela Faculdade de Artes do Paraná, em 1990. Desde 1989, participa de diversas exposições coletivas, salões de arte e bienais de gravura, tendo obras em acervos nacionais e internacionais. Atualmente, trabalha como instrutor de artes nos ateliês de xilogravura e serigrafia do Solar do Barão.

Bianca: Como você começou a se interessar pela gravura e quais foram suas principais influências artísticas?

Nelson: Os motivos para abandonar a pintura e seguir com a utilização das técnicas de gravura vêm por incentivo da professora Rosane Schloegel, a partir do segundo semestre de 1989, quando comecei a frequentar a oficina de serigrafia no Museu Da Gravura Cidade de Curitiba (MGCC), ministrada pelo artista e arte-educador Júlio César Manso Vieira. Em 1994, deixei de pintar para concentrar os esforços em bancar os custos da utilização do ateliê — na aquisição dos materiais serigráficos — e desenvolver séries de trabalhos para exposições coletivas e solo. As minhas influências começam com os artistas dos movimentos modernistas da Europa — Cubismo, Dadaísmo, Expressionismo abstrato e passando pela Pop Arte Americana — mas, também dos artistas modernistas brasileiros como Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Oswaldo Goeldi, Lívio Abramo e principalmente o Concretismo dos anos cinquenta ao Tropicalismo dos anos sessenta, com Lígia Clark e Hélio Oiticica. As influências vêm até hoje norteando as minhas pesquisas artísticas — Dionísio Del Santo, Volpi, Waldemar Cordeiro, Fayga Ostrower e Renina Katz.

Nelson Edi Hohmann, “Espaço-cor”, serigrafia sobre papel algodão, 42 x 57 cm, 2020.

Bianca: Como você descreve sua trajetória no Museu da Gravura? 

Nelson: Em 1989, no início da aprendizagem técnica, frequentei as oficinas de Serigrafia e Xilografia com o objetivo de prática individual. Através do concurso público fui efetivado orientador de gravura do MGCC, em 17/08/1994. Desde então, sigo orientando os ateliês de Xilografia e Serigrafia.

Bianca: Você pode contar sobre como surgiu a proposta do troca-troca de gravura entre os ateliês do Solar do Barão? 

Nelson: No final do verão de 2010 recebi a visita de um estudante norte-americano chamado Cole Hoyer-Winfield. Naquela ocasião, [ele] estava visitando a cidade de Curitiba, procurando alguma referência para desenvolver projetos culturais de intercâmbio para a criação de uma história em quadrinhos na técnica da Xilografia, daí veio a ideia de fazermos uma troca de gravuras entre artistas brasileiros e artistas norte-americanos. Criamos um regulamento para a confecção de um álbum de gravuras e as trocas dos trabalhos. Participamos de diversas exposições em nível local, no próprio MGCC, nacional, na Casa da Gravura em São Paulo (SP) e internacional, na Conferência Nacional de Gravura em Mineápolis (MN), nos Estados Unidos. No ano seguinte, fizemos nova troca de gravuras. Esta experiência se manteve como uma forma de confraternização dos orientadores e frequentadores das oficinas de gravura do MGCC até os dias de hoje.

Exposição ‘Idiossincrasia Local’, em ocasião do 2º Intercâmbio de Portfólios, na galeria Gravura Brasileira, 2012.

Bianca: Como você vê o papel da gravura na arte contemporânea brasileira e internacional?

Nelson: A tradição dos artistas brasileiros em utilizar técnicas de gravura inicia-se no final do século XIX com Carlos Oswald, artista e professor que incentiva as tradições de prelo e logo no início do século XX, se mantém arraigado aos cursos. A prática prossegue na densidade dos trabalhos de Lasar Segall e Oswaldo Goeldi, influenciando uma miríade de excelentes artistas de gerações posteriores. A partir das décadas de 50 e 60, a gravura toma a cena brasileira e fortalece o mercado de arte. Neste contexto, nasce a obra múltipla da gravura. A contemporaneidade das técnicas de impressão [hoje] influencia praticamente toda a produção artística global, estabelecendo a presença das técnicas de gravura tradicionais em meio às mais avançadas técnicas de impressão, [elas] ainda têm sua relevância e seguem a reverberar no presente.

Bianca: Quais são seus planos e expectativas para o futuro?

Nelson: Meus planos de trabalho na pesquisa e produção de novas obras concentram-se nas experiências das técnicas de gravura. Espero elevar as expectativas de expor as gravuras em diversos locais de notoriedade, para que mais pessoas possam assistir e desfrutar da minha produção artística.

 Por Bianca Stella.

Gracon
Grupo de pesquisa em Gravura Contemporânea da Universidade Estadual do Paraná (Unespar).
Última atualização
8/12/2023 10:26

Mortes por PMs quase dobram no início de 2024, em São Paulo

Redação Cidade Capital
26/7/2024 10:02

O número de mortes causadas por policiais militares no estado de São Paulo quase dobraram em relação ao primeiro semestre de 2023. Neste ano, foram registrados 296 óbitos, contra 154 no mesmo período do ano passado.

As operações policiais na Baixada Santista, como a Operação Escudo e a Operação Verão, são apontadas como fatores para o aumento da violência policial.

Decisões diárias e reflexões sobre o caos interno

Carolina Schmitz da Silva
26/7/2024 9:27

Nesses últimos dias, meu diálogo interno teve entusiasmadas e atrapalhadas conversas, diante de momentos de puro prazer e outros de tormenta pura. 

A vida segue, os tempos bons e os desafios se apresentam.