Andar de bicicleta ou “andar de bike”, abreviação carinhosa do meio de locomoção utilizado por muitas pessoas. Eu sou uma delas. Minha lembrança mais antiga com a bicicleta foi quando aprendi a andar aos 5 anos, nunca me esqueci desse dia. Fausto, um rapaz que trabalhava com meu tio, me empurrava pelo terreno da minha casa, várias e várias vezes, até eu conseguir pedalar e me equilibrar, e a partir desse dia eu nunca mais parei.

Pedalar é uma atividade física excelente. É considerada uma atividade aeróbica (que envolve o uso de oxigênio para produzir energia). Como benefício, pedalar melhora a saúde cardiovascular; melhora o fluxo sanguíneo; ajuda no controle do peso; fortalece os músculos, principalmente os membros inferiores; ajuda na redução de estresse e ansiedade; melhora a coordenação e o equilíbrio; e é uma atividade de baixo impacto. Para vocês, leitores, terem uma ideia do gasto calórico, em média, um pedal de uma hora, numa velocidade média de 18 km/h, equivale a 420 kcal. Se a velocidade for de 22 km/h, já aumenta para 600 kcal.

Muitas pessoas me relatam que sentem um pouco de insegurança em pedalar na rua, no meio dos carros. Eu entendo perfeitamente, porque vivo isso há muitos anos e sei que é necessária muita atenção para poder andar em segurança. Em contrapartida, em todo esse meu tempo como ciclista, percebo que a consciência das pessoas no trânsito melhorou, assim como aumentaram a quantidade de ciclovias e locais apropriados para o deslocamento de bicicleta. Existe um percurso que eventualmente faço, que é interparques. Saio de minha casa, vou até o Parque Barigui, Parque Tingui, Ópera de Arame, São Lourenço, pego a ciclovia até a Avenida Sete de Setembro, subo-a pela via calma até a Praça do Japão e volto para casa. Quase todo esse trajeto é feito por vias próprias para bicicleta.

Para os mais animados, dentro das academias, já há algum tempo, existem as aulas de ciclismo indoor. O precursor dessa modalidade foi Johnny Goldberg, sul-africano, mais conhecido por Johnny G, famoso por ter desenvolvido o conceito de spinning, na década de 1980. Ele projetou as primeiras bicicletas estacionárias especificamente para esse tipo de atividade e desenvolveu programas de treinamento que se tornaram populares nas academias, em todo o mundo. Eu mesmo fui professor de spinning durante 16 anos da minha vida profissional e pude viver na prática a quantidade de benefícios que essa modalidade proporcionou às pessoas, mesmo dentro de um ambiente que não tem o estímulo visual, mas tinha outras estratégias, como treino em grupo, com música e outros artifícios.

Atualmente, com a tecnologia, existem equipamentos que podem ser usados em casa; temos estúdios que usam dessa tecnologia com um sistema que controla as variáveis de cada indivíduo, temos uma gama de possibilidades que trazem para o amante do ciclismo um universo gigantesco para que essa prática cresça cada vez mais. Na pandemia, tivemos recorde de vendas de bicicletas, para as pessoas que buscavam uma solução para se movimentar, já que muitos lugares estavam restritos.

Como eu, existem muitas pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte. Posso dizer para vocês que quase todos os dias eu me desloco de bicicleta pelo menos uma vez ao dia. Como me desloco muito, por conta de dar aula em vários cantos da cidade, acabei adquirindo uma bicicleta elétrica para facilitar os meus deslocamentos mais longos. A vantagem é que continuo pedalando e não chego suado ao trabalho. Não considero como exercício, mas sim como um estilo de vida de quem ama pedalar, quem ama bicicleta, como muitos de vocês.

Pedalar é uma forma eficiente e sustentável de se locomover, pois não requer combustível, apenas a energia do ciclista. Além disso, é uma ótima maneira de exercitar o corpo e contribuir para a redução da poluição. Bicicleta: combustível infinito.