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Opinião

As incoerências do conviver

Explorando a arte do conviver: aprendizados sobre bom senso, respeito e limites na convivência diária.Explorando a arte do conviver: aprendizados sobre bom senso, respeito e limites na convivência diária.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly

<span class="abre-texto">Conviver, do Latim</span> Convivere, significa viver junto. Vivemos juntos com nossos amores e aprendemos a lidar com as dificuldades do dia a dia gerada pelas diferenças nas necessidades, hábitos e rotinas que nos acompanham boa parte da nossa vida. Negociamos limites, dialogamos sobre desconfortos, acordamos aspectos da convivência que permitam a todos ficarem bem grande parte do tempo.

E quando vivemos juntos com estranhos? Eles estão no condomínio, no trabalho, no shopping, na rua, nos diversos estabelecimentos comerciais, no trânsito e em qualquer lugar da porta para fora da nossa casa.

Com os nossos amores, por mais difícil que seja em alguns momentos, podemos dialogar e contratar, criando as nossas regras de convivência, mas no coletivo dependemos do bom senso de cada um.

E afinal de contas, o que é bom senso? Segundo o dicionário Michaellis, significa (a) faculdade natural de julgar (algo, alguém) de maneira correta e equilibrada; (b) capacidade ou aptidão de distinguir o certo do errado, o bem do mal, o verdadeiro do falso, em questões cotidianas e corriqueiras que não exijam grandes reflexões ou soluções científicas ou técnicas, resolvendo assim problemas conforme o senso comum.

Considerando que cada um de nós adquiriu um conjunto específico de valores, incorporou eles de uma maneira particularizada, cada um interpretará o bom senso também de um jeito individualizado.

Somos regidos por regras sociais, regras de trânsito, regras de atendimento em órgãos públicos, regras do consumidor, conjunto de leis e a própria constituição, justamente para facilitar o conviver, para que as pessoas possam viver juntas respeitando os limites dos outros. Mas para isso, as regras precisam ser seguidas.

Diariamente me vejo em situações onde os limites são invadidos e o bom senso, do meu ponto de vista, não é de fato bom senso. Pessoas correndo para passar na frente do outro e ficar em primeiro lugar na fila; som em altura que invade o espaço e privacidade de outros, muitas vezes fora do horário das regras sociais; atitude desrespeitosa diante de outra pessoa em prol de necessidades individuais; brigas no trânsito; tomada de decisão individual e individualista em contextos que envolvem outras pessoas, exclusivamente para tirar proveito e atender os próprios desejos.

Toda vez que uma decisão é tomada exclusivamente considerando o próprio umbigo, o conviver e o bom senso deixam de ser considerado e o viver coletivo se torna cada vez mais difícil e complexo. Isso é triste, somos seres coletivos, dependemos desse viver coletivo para a nossa sobrevivência.

Nesse momento gostaria de lhe fazer um convite: a cada decisão que você tomar, a cada atitude/comportamento, coloque em seu pensamento os impactos dessa ação e decisão. Ela envolve outras pessoas? Outras pessoas poderão ser impactadas? Há potencial de invasão? Posso fazer mal a alguém? Que atitudes posso tomar hoje para que eu não invada o espaço do outro? Existe alguma regra relacionada a minha decisão? Eu vou descumpri-la?

Se cada um de nós fizer a nossa parte, ponderando o desejo individual com os limites coletivos, podemos estabelecer relacionamentos com os estranhos da nossa vida de uma maneira respeitosa, podemos ganhar tempo de vida (como diz uma amiga muito querida, Maku de Almeida), dedicando nossa energia para o que realmente é importante para nós mesmos.

Última atualização
15/3/2024 16:05
Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Maku de Almeida
19/5/2024 16:26

Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.

A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Jane Hir
19/5/2024 16:08

Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.

Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.

Opinião

As incoerências do conviver

Explorando a arte do conviver: aprendizados sobre bom senso, respeito e limites na convivência diária.Explorando a arte do conviver: aprendizados sobre bom senso, respeito e limites na convivência diária.
Vinícius Sgarbe
/
Adobe Firefly
Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.

Viver junto implica aprender a negociar e respeitar, mesmo entre estranhos

<span class="abre-texto">Conviver, do Latim</span> Convivere, significa viver junto. Vivemos juntos com nossos amores e aprendemos a lidar com as dificuldades do dia a dia gerada pelas diferenças nas necessidades, hábitos e rotinas que nos acompanham boa parte da nossa vida. Negociamos limites, dialogamos sobre desconfortos, acordamos aspectos da convivência que permitam a todos ficarem bem grande parte do tempo.

E quando vivemos juntos com estranhos? Eles estão no condomínio, no trabalho, no shopping, na rua, nos diversos estabelecimentos comerciais, no trânsito e em qualquer lugar da porta para fora da nossa casa.

Com os nossos amores, por mais difícil que seja em alguns momentos, podemos dialogar e contratar, criando as nossas regras de convivência, mas no coletivo dependemos do bom senso de cada um.

E afinal de contas, o que é bom senso? Segundo o dicionário Michaellis, significa (a) faculdade natural de julgar (algo, alguém) de maneira correta e equilibrada; (b) capacidade ou aptidão de distinguir o certo do errado, o bem do mal, o verdadeiro do falso, em questões cotidianas e corriqueiras que não exijam grandes reflexões ou soluções científicas ou técnicas, resolvendo assim problemas conforme o senso comum.

Considerando que cada um de nós adquiriu um conjunto específico de valores, incorporou eles de uma maneira particularizada, cada um interpretará o bom senso também de um jeito individualizado.

Somos regidos por regras sociais, regras de trânsito, regras de atendimento em órgãos públicos, regras do consumidor, conjunto de leis e a própria constituição, justamente para facilitar o conviver, para que as pessoas possam viver juntas respeitando os limites dos outros. Mas para isso, as regras precisam ser seguidas.

Diariamente me vejo em situações onde os limites são invadidos e o bom senso, do meu ponto de vista, não é de fato bom senso. Pessoas correndo para passar na frente do outro e ficar em primeiro lugar na fila; som em altura que invade o espaço e privacidade de outros, muitas vezes fora do horário das regras sociais; atitude desrespeitosa diante de outra pessoa em prol de necessidades individuais; brigas no trânsito; tomada de decisão individual e individualista em contextos que envolvem outras pessoas, exclusivamente para tirar proveito e atender os próprios desejos.

Toda vez que uma decisão é tomada exclusivamente considerando o próprio umbigo, o conviver e o bom senso deixam de ser considerado e o viver coletivo se torna cada vez mais difícil e complexo. Isso é triste, somos seres coletivos, dependemos desse viver coletivo para a nossa sobrevivência.

Nesse momento gostaria de lhe fazer um convite: a cada decisão que você tomar, a cada atitude/comportamento, coloque em seu pensamento os impactos dessa ação e decisão. Ela envolve outras pessoas? Outras pessoas poderão ser impactadas? Há potencial de invasão? Posso fazer mal a alguém? Que atitudes posso tomar hoje para que eu não invada o espaço do outro? Existe alguma regra relacionada a minha decisão? Eu vou descumpri-la?

Se cada um de nós fizer a nossa parte, ponderando o desejo individual com os limites coletivos, podemos estabelecer relacionamentos com os estranhos da nossa vida de uma maneira respeitosa, podemos ganhar tempo de vida (como diz uma amiga muito querida, Maku de Almeida), dedicando nossa energia para o que realmente é importante para nós mesmos.

Carolina Schmitz da Silva
Head Administrativo no Instituto MIR. Mentora Integrativa Relacional Educadora e Supervisora, Analista Transacional Certificada para as áreas organizacional e educacional e Membro Didata em formação– UNAT Brasil, Psicóloga CRP 08/14963, especialista em desenvolvimento organizacional e gestão de pessoas. Pesquisadora do comportamento humano, autora de artigos/livro publicados sobre o tema.
Última atualização
15/3/2024 16:05

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Eu e minhas circunstâncias à busca de propósito

Maku de Almeida
19/5/2024 16:26

Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.

A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Jane Hir
19/5/2024 16:08

Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.

Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.

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