Este texto apresenta as gravuras de sete mulheres artistas presentes na exposição Vestidos em Arte: os nus nos acervos públicos de Curitiba, realizada no Museu Oscar Niemeyer, entre 14 de julho de 2017 e 25 de março de 2018, com curadoria da professora Stephanie Dahn Batista (UFPR). A mostra teve como objetivo analisar e contextualizar, dentro dos arquivos públicos dos museus de Curitiba (Museu Oscar Niemeyer, Museu de Arte Contemporânea, Museu da Gravura, Museu da Fotografia, Museu Metropolitano de Arte e acervo da Escola de Música e Belas Artes do Paraná), como se apresentavam, nas coleções dessas instituições, a representação do corpo humano na arte, mais especificamente, as imagens dos corpos nus nas produções artísticas produzidas durante os séculos XX e XXI.
A exposição contou com 99 trabalhos, distribuídos em 7 seções temáticas: “O corpo como objeto artístico”; “O corpo na academia”; “O corpo e seu desejo”; “O corpo invisível”; “O corpo fragmentado”; “O corpo bizarro e grotesco”; e “O corpo vem em gênero”. Dentre esses 99 trabalhos, 15 eram gravuras realizadas por artistas mulheres: Dulce Osinski (1962-), Eliana Zaroni (1954-), Estela Sandrini (1944-), Gilda Belczak (1944-1969), Louise Bourgeois (1911-2010), Maria Reichmann (1954-), Regina Ohlweiller (1954-) e Uiara Bartira (1949-). Na sequência, apresento essas obras.
E os anjos dizem amém é uma gravura em metal da artista paranaense Dulce Osinski, que integrou a seção “Corpo bizarro e grotesco”. No trabalho, vemos duas pessoas deitadas; no alto ao centro, sobre elas, um animal; ao lado direito, dois anjos e a mão de uma pessoa. Das gravuras, essa é a que possui mais nuances de cor, entre o vermelho intenso, o amarelo e o azul.
A obra Mulheres, da artista paulistana Eliana Zaroni, também é uma gravura em metal, mas foi colocada na seção “O corpo invisível”. Na imagem, figuras femininas nuas estão dispostas sentadas de forma circular. As três figuras no primeiro plano têm os tons de pele mais claros, indicando que são mulheres brancas, seus corpos são mais magros em comparação ao da figura representada no segundo plano, que aparenta ter o tom de pele mais escuro.
A artista curitibana Estela Sandrini esteve presente na exposição com a obra Amor. De pequenas dimensões, é, como as anteriores, uma gravura em metal. No trabalho, vemos duas figuras, uma masculina e uma feminina, cujos corpos estão entrelaçados e quase desfigurados – percebemos que se tratam de corpos humanos pelo reconhecimento de suas faces.
A gravura em metal da curitibana Gilda Belczak, na seção “O corpo invisível”, retrata uma figura feminina com idade avançada. Nela, uma senhora de cabelos curtos é vista em posição sentada, porém não há nenhum elemento cênico na imagem que apoie a figura, apenas um fundo esfumaçado.
Belczak também participou, com duas gravuras, da seção “Corpo bizarro e grotesco”. Em uma delas, a silhueta dos corpos forma figuras espectrais, como se fossem fantasmas amontoados em um penhasco à beira-mar. A outra gravura mostra um grupo de cinco pessoas sentadas com os cabelos ao vento e o semblante triste, traduzido pelos olhos fundos, tais quais olheiras.
Na seção “O corpo vem em gênero”, foram expostas quatro gravuras da artista franco-americana Louise Bourgeois pertencentes à Série Autobiográfica (1994). A temática está relacionada à vida da artista em Nova York na década de 1940 e às suas memórias de infância na França. A primeira gravura, como montada na exposição, em uma sequência da esquerda para direita, tem como título Birth, nascimento, e refere-se ao período em que a artista se tornou mãe. Na imagem, o cabelo da mãe se funde ao cabelo do neonato, como um cordão umbilical. Children in tub, crianças na banheira, é o título, bastante literal, da segunda gravura. Na terceira, Spying, espionagem, a cena se passa, como na anterior, em um ambiente fechado, dentro do qual uma figura feminina lava os cabelos em uma bacia. Aqui a artista retrata a visão de um voyeur, pois uma figura masculina, cujo rosto aparece na janela e refletido no espelho, a espia. A última gravura de Bourgeois exposta chama-se Mirror, espelho. Na cena, vemos um espelho que reflete a imagem de uma mulher dentro de uma banheira. Diferente da obra anterior, em que a personagem era observada por um voyeur, nesta última o olhar do espectador coincide com o ponto de vista da própria mulher que está se olhando no espelho durante o banho.
As serigrafias da artista curitibana Maria Reichmann, que figuraram na seção “O corpo fragmentado”, diferenciam-se entre si pela cor do papel e pelo gênero das figuras retratadas: no papel amarelo, uma figura feminina, no azul, uma masculina. A artista representou um fragmento do corpo, a área pubiana e as coxas. As coxas femininas foram delimitadas por três linhas paralelas realizadas sem interrupção. Já as coxas da figura masculina foram feitas a partir de linhas curtas em diversas direções, formando hachuras. As coxas femininas “depiladas”; as masculinas, com pelos.
A gravura em metal da artista gaúcha Regina Ohlweiller integrou a seção “O corpo bizarro e grotesco”. Na imagem, vemos figuras humanas feitas com traços expressivos, que remetem aos desenhos infantis.
A curitibana Uiara Bartira teve duas gravuras em metal expostas na seção “O corpo e seu desejo”. A técnica usada é a maneira negra. As obras – ambas chamadas Um homem, uma mulher – mostram uma silhueta que se destaca sobre o fundo escuro. Elas foram penduradas uma acima da outra na parede. A de cima trazia o nu de costas em sentido vertical e a de baixo, o corpo feminino em nu frontal disposto horizontalmente.
Este texto foi adaptado da minha dissertação de mestrado, intitulada A exposição “Vestidos em Arte: os Nus nos Acervos Públicos de Curitiba” e a incidência de ofensivas conservadoras, difundidas por meio das redes sociais digitais (2017-2021), que defendi na UTFPR. Para essa coluna, selecionei os trabalhos realizados especificamente por artistas gravadoras mulheres, com o intuito de dar-lhes visibilidade. A referida exposição apresentou ao público trabalhos designados como “nus” em diferentes linguagens artísticas. Dentro dessa temática, pudemos perceber como a linguagem da gravura proporciona inúmeras possibilidades de expressão visual por meio das diferentes técnicas que inscrevem corpos e estórias em metal e outros materiais.
Por Ana Carolina Mendes Cerqueira Nobrega.
A área destinada ao cultivo de soja no Brasil cresceu quase dez vezes entre 1985 e 2023, passando de 4,4 milhões para 40 milhões de hectares, o que corresponde a 14% de toda a área agropecuária do país.
Os dados divulgados pela rede MapBiomas nesta sexta-feira (6) mostram que, no período inicial analisado, de 1985 a 2008, a plantação de soja expandiu sobre 18 milhões de hectares, dos quais 30% (5,7 milhões de hectares) substituíram vegetação nativa e 26% (5 milhões de hectares) resultaram da conversão de pastagens.
O Pix, serviço de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, segundo dados do estudo O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, divulgado nesta quarta-feira (4). Após quatro anos de lançamento, a ferramenta supera as transações com dinheiro em espécie.
A pesquisa indica que o Pix é utilizado por 76,4% da população, além de ser aquela utilizada com maior frequência para 46% dos entrevistados. Em 2021, quando o serviço estava em operação havia poucos meses, a adesão era de 46%, mas apenas 17% o usavam com frequência.
Este texto apresenta as gravuras de sete mulheres artistas presentes na exposição Vestidos em Arte: os nus nos acervos públicos de Curitiba, realizada no Museu Oscar Niemeyer, entre 14 de julho de 2017 e 25 de março de 2018, com curadoria da professora Stephanie Dahn Batista (UFPR). A mostra teve como objetivo analisar e contextualizar, dentro dos arquivos públicos dos museus de Curitiba (Museu Oscar Niemeyer, Museu de Arte Contemporânea, Museu da Gravura, Museu da Fotografia, Museu Metropolitano de Arte e acervo da Escola de Música e Belas Artes do Paraná), como se apresentavam, nas coleções dessas instituições, a representação do corpo humano na arte, mais especificamente, as imagens dos corpos nus nas produções artísticas produzidas durante os séculos XX e XXI.
A exposição contou com 99 trabalhos, distribuídos em 7 seções temáticas: “O corpo como objeto artístico”; “O corpo na academia”; “O corpo e seu desejo”; “O corpo invisível”; “O corpo fragmentado”; “O corpo bizarro e grotesco”; e “O corpo vem em gênero”. Dentre esses 99 trabalhos, 15 eram gravuras realizadas por artistas mulheres: Dulce Osinski (1962-), Eliana Zaroni (1954-), Estela Sandrini (1944-), Gilda Belczak (1944-1969), Louise Bourgeois (1911-2010), Maria Reichmann (1954-), Regina Ohlweiller (1954-) e Uiara Bartira (1949-). Na sequência, apresento essas obras.
E os anjos dizem amém é uma gravura em metal da artista paranaense Dulce Osinski, que integrou a seção “Corpo bizarro e grotesco”. No trabalho, vemos duas pessoas deitadas; no alto ao centro, sobre elas, um animal; ao lado direito, dois anjos e a mão de uma pessoa. Das gravuras, essa é a que possui mais nuances de cor, entre o vermelho intenso, o amarelo e o azul.
A obra Mulheres, da artista paulistana Eliana Zaroni, também é uma gravura em metal, mas foi colocada na seção “O corpo invisível”. Na imagem, figuras femininas nuas estão dispostas sentadas de forma circular. As três figuras no primeiro plano têm os tons de pele mais claros, indicando que são mulheres brancas, seus corpos são mais magros em comparação ao da figura representada no segundo plano, que aparenta ter o tom de pele mais escuro.
A artista curitibana Estela Sandrini esteve presente na exposição com a obra Amor. De pequenas dimensões, é, como as anteriores, uma gravura em metal. No trabalho, vemos duas figuras, uma masculina e uma feminina, cujos corpos estão entrelaçados e quase desfigurados – percebemos que se tratam de corpos humanos pelo reconhecimento de suas faces.
A gravura em metal da curitibana Gilda Belczak, na seção “O corpo invisível”, retrata uma figura feminina com idade avançada. Nela, uma senhora de cabelos curtos é vista em posição sentada, porém não há nenhum elemento cênico na imagem que apoie a figura, apenas um fundo esfumaçado.
Belczak também participou, com duas gravuras, da seção “Corpo bizarro e grotesco”. Em uma delas, a silhueta dos corpos forma figuras espectrais, como se fossem fantasmas amontoados em um penhasco à beira-mar. A outra gravura mostra um grupo de cinco pessoas sentadas com os cabelos ao vento e o semblante triste, traduzido pelos olhos fundos, tais quais olheiras.
Na seção “O corpo vem em gênero”, foram expostas quatro gravuras da artista franco-americana Louise Bourgeois pertencentes à Série Autobiográfica (1994). A temática está relacionada à vida da artista em Nova York na década de 1940 e às suas memórias de infância na França. A primeira gravura, como montada na exposição, em uma sequência da esquerda para direita, tem como título Birth, nascimento, e refere-se ao período em que a artista se tornou mãe. Na imagem, o cabelo da mãe se funde ao cabelo do neonato, como um cordão umbilical. Children in tub, crianças na banheira, é o título, bastante literal, da segunda gravura. Na terceira, Spying, espionagem, a cena se passa, como na anterior, em um ambiente fechado, dentro do qual uma figura feminina lava os cabelos em uma bacia. Aqui a artista retrata a visão de um voyeur, pois uma figura masculina, cujo rosto aparece na janela e refletido no espelho, a espia. A última gravura de Bourgeois exposta chama-se Mirror, espelho. Na cena, vemos um espelho que reflete a imagem de uma mulher dentro de uma banheira. Diferente da obra anterior, em que a personagem era observada por um voyeur, nesta última o olhar do espectador coincide com o ponto de vista da própria mulher que está se olhando no espelho durante o banho.
As serigrafias da artista curitibana Maria Reichmann, que figuraram na seção “O corpo fragmentado”, diferenciam-se entre si pela cor do papel e pelo gênero das figuras retratadas: no papel amarelo, uma figura feminina, no azul, uma masculina. A artista representou um fragmento do corpo, a área pubiana e as coxas. As coxas femininas foram delimitadas por três linhas paralelas realizadas sem interrupção. Já as coxas da figura masculina foram feitas a partir de linhas curtas em diversas direções, formando hachuras. As coxas femininas “depiladas”; as masculinas, com pelos.
A gravura em metal da artista gaúcha Regina Ohlweiller integrou a seção “O corpo bizarro e grotesco”. Na imagem, vemos figuras humanas feitas com traços expressivos, que remetem aos desenhos infantis.
A curitibana Uiara Bartira teve duas gravuras em metal expostas na seção “O corpo e seu desejo”. A técnica usada é a maneira negra. As obras – ambas chamadas Um homem, uma mulher – mostram uma silhueta que se destaca sobre o fundo escuro. Elas foram penduradas uma acima da outra na parede. A de cima trazia o nu de costas em sentido vertical e a de baixo, o corpo feminino em nu frontal disposto horizontalmente.
Este texto foi adaptado da minha dissertação de mestrado, intitulada A exposição “Vestidos em Arte: os Nus nos Acervos Públicos de Curitiba” e a incidência de ofensivas conservadoras, difundidas por meio das redes sociais digitais (2017-2021), que defendi na UTFPR. Para essa coluna, selecionei os trabalhos realizados especificamente por artistas gravadoras mulheres, com o intuito de dar-lhes visibilidade. A referida exposição apresentou ao público trabalhos designados como “nus” em diferentes linguagens artísticas. Dentro dessa temática, pudemos perceber como a linguagem da gravura proporciona inúmeras possibilidades de expressão visual por meio das diferentes técnicas que inscrevem corpos e estórias em metal e outros materiais.
Por Ana Carolina Mendes Cerqueira Nobrega.
A área destinada ao cultivo de soja no Brasil cresceu quase dez vezes entre 1985 e 2023, passando de 4,4 milhões para 40 milhões de hectares, o que corresponde a 14% de toda a área agropecuária do país.
Os dados divulgados pela rede MapBiomas nesta sexta-feira (6) mostram que, no período inicial analisado, de 1985 a 2008, a plantação de soja expandiu sobre 18 milhões de hectares, dos quais 30% (5,7 milhões de hectares) substituíram vegetação nativa e 26% (5 milhões de hectares) resultaram da conversão de pastagens.
O Pix, serviço de pagamento instantâneo do Banco Central (BC), é o meio de pagamento mais utilizado pelos brasileiros, segundo dados do estudo O Brasileiro e sua Relação com o Dinheiro, divulgado nesta quarta-feira (4). Após quatro anos de lançamento, a ferramenta supera as transações com dinheiro em espécie.
A pesquisa indica que o Pix é utilizado por 76,4% da população, além de ser aquela utilizada com maior frequência para 46% dos entrevistados. Em 2021, quando o serviço estava em operação havia poucos meses, a adesão era de 46%, mas apenas 17% o usavam com frequência.