<span class="abre-texto">Andando por vielas, ruas e avenidas</span> da grande metrópole, não há olhar que não se turve diante da dor alheia, especialmente aquela percebida pela observação dos quadros evidentes de adoecimento orgânico. No entanto, quanta cegueira se consubstancia ante a quieta e soturna enfermidade da alma... essa, a transitar entre urros e silêncios nos labirintos da dor psíquica.
Diversas são as causas do padecimento a marcarem as faces que passam por nós. E, mesmo que pudéssemos identificá-las, se não aprendermos a compreender a angústia que se aninha no outro, pouco poderemos contribuir para atenuar o que segue tão perto de nossos passos: crianças, adolescentes, adultos e idosos envolvidos em inimagináveis enredos internos geradores de sofrimento.
Recentemente, em dezembro de 2023, uma inesperada perda irrompeu no noticiário nacional, esboçando como pano de fundo um transtorno psíquico conhecido: a depressão – hoje reconhecida como a doença do século pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e doença de caráter ocupacional no Brasil.
Uma jovem de 22 anos, que já enfrentava uma crise depressiva por perdas de pessoas importantes em sua vida, foi alvo de um massacre público por conta de mentiras digitais fabricadas por um perfil de fofocas nas redes sociais. Nas falsas conversas, ela era implicada em um relacionamento amoroso com um famoso humorista.
Mesmo tendo desmentido e questionado os responsáveis, nada foi feito pelos promotores da difamação, causando um estrago emocional gigantesco à adolescente: ela se viu ridicularizada e ameaçada por uma legião de desconhecidos, tanto quanto se percebeu sem forças para se defender. E o resultado disso? A garota tirou a própria vida a três dias da confraternização familiar de Natal.
A vergonha é um sentir extremamente perigoso, pois, na relação com ela, a pessoa não se resgata, não visualiza meios de se reparar para si mesma. Em outros termos, a vergonha é uma experiência emocional desconstrutiva do autoamor, vindo acompanhada por sentimentos de menos valia e de uma robusta impressão de não possuir capacidade para mudar o rumo das coisas (impotência) – pode ser traduzida como uma leitura autodepreciativa do Self, para o qual não há perdão nem restauração.
Estamos falhando severamente no âmbito das relações interpessoais. É imperioso voltar a nos mirar mais acolhedoramente, trocar com o outro o que de melhor tivermos em nossa construção pessoal virtuosa. E, ao mirar, passar a admirar.
Aliás, é importante lembrar a origem desse verbo latino, ad- ‘a, para’ + mirare, ‘olhar, contemplar’, cujo antônimo é o verbo blasfemar (alguns correlatos: caluniar, difamar, ofender, apelar).
Precisamos urgentemente fazer uso consciente e responsável da internet e demais redes sociais, entendendo que é possível se conectar de forma prazerosa sem escarnecer ou ridicularizar quem quer que seja.
Já passou a hora de construirmos uma sociedade interligada por valores mais evoluídos e sensíveis ao bem-estar psíquico e emocional de todos.
Não é possível permitir que situações similares aconteçam, especialmente àqueles que se encontram altamente vulneráveis em suas vivências – e sabemos que crianças e adolescentes estão no topo das estatísticas brasileiras nesse sentido.
A depressão pode levar a mais tentativas suicidas e ao lastimável sucesso delas. Aproximadamente mil crianças e adolescentes, na faixa etária entre 10 e 19 anos, cometem suicídio no Brasil a cada ano, conforme dados da série histórica levantada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) entre 2012 e 2021 – registros do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Quem busca notoriedade e admiração blasfemando contra alguém não passa, na verdade, de um ser ainda brutalizado na cadeia evolutiva da civilização, engatinhando pela vida em estado embrionário no construto amar.
Para esse, infelizmente, misericórdia não basta. É preciso fazê-lo parar para aprender a respeitar o que vai além de seu sadismo narcísico. Há um transbordar de dores inaudíveis, cujas feridas sequer imaginamos. Exatamente por isso, para quem se esbalda através de likes mergulhados em mentiras, menções vexatórias e humilhantes, segue imprescindível uma cabal interdição!
O festival de música Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22) na Cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O evento completa 40 anos da sua primeira edição e promete uma celebração histórica. A organização espera receber mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado, turistas brasileiros e estrangeiros.
Pesquisa do Instituto Alana indica que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais não protegem crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.009 pessoas, com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, entre os dias 12 e 18 de julho.
Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira (12), 97% dos entrevistados defendem que as empresas deveriam adotar medidas para proteger crianças e adolescentes na internet, através da comprovação de identidade, melhoria no atendimento ao consumidor para denúncias, proibição de publicidade e venda para crianças, fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos e limitação de tempo de uso dos serviços.
<span class="abre-texto">Andando por vielas, ruas e avenidas</span> da grande metrópole, não há olhar que não se turve diante da dor alheia, especialmente aquela percebida pela observação dos quadros evidentes de adoecimento orgânico. No entanto, quanta cegueira se consubstancia ante a quieta e soturna enfermidade da alma... essa, a transitar entre urros e silêncios nos labirintos da dor psíquica.
Diversas são as causas do padecimento a marcarem as faces que passam por nós. E, mesmo que pudéssemos identificá-las, se não aprendermos a compreender a angústia que se aninha no outro, pouco poderemos contribuir para atenuar o que segue tão perto de nossos passos: crianças, adolescentes, adultos e idosos envolvidos em inimagináveis enredos internos geradores de sofrimento.
Recentemente, em dezembro de 2023, uma inesperada perda irrompeu no noticiário nacional, esboçando como pano de fundo um transtorno psíquico conhecido: a depressão – hoje reconhecida como a doença do século pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e doença de caráter ocupacional no Brasil.
Uma jovem de 22 anos, que já enfrentava uma crise depressiva por perdas de pessoas importantes em sua vida, foi alvo de um massacre público por conta de mentiras digitais fabricadas por um perfil de fofocas nas redes sociais. Nas falsas conversas, ela era implicada em um relacionamento amoroso com um famoso humorista.
Mesmo tendo desmentido e questionado os responsáveis, nada foi feito pelos promotores da difamação, causando um estrago emocional gigantesco à adolescente: ela se viu ridicularizada e ameaçada por uma legião de desconhecidos, tanto quanto se percebeu sem forças para se defender. E o resultado disso? A garota tirou a própria vida a três dias da confraternização familiar de Natal.
A vergonha é um sentir extremamente perigoso, pois, na relação com ela, a pessoa não se resgata, não visualiza meios de se reparar para si mesma. Em outros termos, a vergonha é uma experiência emocional desconstrutiva do autoamor, vindo acompanhada por sentimentos de menos valia e de uma robusta impressão de não possuir capacidade para mudar o rumo das coisas (impotência) – pode ser traduzida como uma leitura autodepreciativa do Self, para o qual não há perdão nem restauração.
Estamos falhando severamente no âmbito das relações interpessoais. É imperioso voltar a nos mirar mais acolhedoramente, trocar com o outro o que de melhor tivermos em nossa construção pessoal virtuosa. E, ao mirar, passar a admirar.
Aliás, é importante lembrar a origem desse verbo latino, ad- ‘a, para’ + mirare, ‘olhar, contemplar’, cujo antônimo é o verbo blasfemar (alguns correlatos: caluniar, difamar, ofender, apelar).
Precisamos urgentemente fazer uso consciente e responsável da internet e demais redes sociais, entendendo que é possível se conectar de forma prazerosa sem escarnecer ou ridicularizar quem quer que seja.
Já passou a hora de construirmos uma sociedade interligada por valores mais evoluídos e sensíveis ao bem-estar psíquico e emocional de todos.
Não é possível permitir que situações similares aconteçam, especialmente àqueles que se encontram altamente vulneráveis em suas vivências – e sabemos que crianças e adolescentes estão no topo das estatísticas brasileiras nesse sentido.
A depressão pode levar a mais tentativas suicidas e ao lastimável sucesso delas. Aproximadamente mil crianças e adolescentes, na faixa etária entre 10 e 19 anos, cometem suicídio no Brasil a cada ano, conforme dados da série histórica levantada pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) entre 2012 e 2021 – registros do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Quem busca notoriedade e admiração blasfemando contra alguém não passa, na verdade, de um ser ainda brutalizado na cadeia evolutiva da civilização, engatinhando pela vida em estado embrionário no construto amar.
Para esse, infelizmente, misericórdia não basta. É preciso fazê-lo parar para aprender a respeitar o que vai além de seu sadismo narcísico. Há um transbordar de dores inaudíveis, cujas feridas sequer imaginamos. Exatamente por isso, para quem se esbalda através de likes mergulhados em mentiras, menções vexatórias e humilhantes, segue imprescindível uma cabal interdição!
O festival de música Rock in Rio inicia nesta sexta-feira (13) e segue até domingo (22) na Cidade do Rock, localizada na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro.
O evento completa 40 anos da sua primeira edição e promete uma celebração histórica. A organização espera receber mais de 700 mil pessoas, entre moradores do estado, turistas brasileiros e estrangeiros.
Pesquisa do Instituto Alana indica que nove em cada dez brasileiros acreditam que as redes sociais não protegem crianças e adolescentes. O levantamento, realizado pelo Datafolha, ouviu 2.009 pessoas, com 16 anos ou mais, de todas as classes sociais, entre os dias 12 e 18 de julho.
Segundo o estudo, divulgado nesta quinta-feira (12), 97% dos entrevistados defendem que as empresas deveriam adotar medidas para proteger crianças e adolescentes na internet, através da comprovação de identidade, melhoria no atendimento ao consumidor para denúncias, proibição de publicidade e venda para crianças, fim da reprodução automática e da rolagem infinita de vídeos e limitação de tempo de uso dos serviços.