Mais uma tragédia nas estradas paranaenses escancara a falta de zelo das autoridades para com os motoristas, e principalmente, com quem transporta a nossa riqueza: os caminhoneiros.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o engavetamento se estendeu por 600 metros no KM 136 da BR-277 em Balsa Nova. 600 metros! Se o acidente poderia ter sido evitado? Ninguém tem essa resposta. Mas algo precisa ser feito com urgência não só naquele trecho, mas também um pouco adiante, em São Luiz do Purunã, onde vidas já foram perdidas. Isso cabe ao DNIT ou DER, sei lá qual. Mas não vale o jogo do empurra, que estamos acostumados a ouvir em casos como esse.
O engavetamento não só deixou famílias chorando seus entes mortos, mas também deixou traumas, prejuízos e algumas perguntas: se tivéssemos a estrada pedagiada, as condições seriam outras? De sinalização, por exemplo? O socorro teria chegado mais rápido? A pista teria sido liberada mais rapidamente, e não só 24 horas depois, como aconteceu? Perguntas que não sabemos as respostas mas têm de ser feitas.
Depois que ficamos sem o pedágio, o que mais se ouve são reclamações sobre o trecho. Péssimas condições do asfalto, falta de sinalização e uma condição de semi abandono. Nesta segunda-feira (4), no Jornal da Cidade pela AM 670, escutei motoristas que passam com frequência pelo local. Em cada áudio exibido, senti um misto de tristeza pela tragédia e revolta por algo que poderia ter sido evitado.
Uma das sugestões dos cidadãos que percorrem a pista quase todos os dias, é uma iluminação especial antineblina e melhor sinalização, já que a falta de visibilidade é quase total, principalmente durante as manhãs e fins de tarde. Quem usa a BR-277 nesse trecho sabe das suas condições. Agora, só falta as autoridades passarem pelo local e constatarem o problema. Mas de helicóptero não vale. Tem que ser de carro, como os demais mortais.
Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.
A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".
Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.
Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.
Mais uma tragédia nas estradas paranaenses escancara a falta de zelo das autoridades para com os motoristas, e principalmente, com quem transporta a nossa riqueza: os caminhoneiros.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal, o engavetamento se estendeu por 600 metros no KM 136 da BR-277 em Balsa Nova. 600 metros! Se o acidente poderia ter sido evitado? Ninguém tem essa resposta. Mas algo precisa ser feito com urgência não só naquele trecho, mas também um pouco adiante, em São Luiz do Purunã, onde vidas já foram perdidas. Isso cabe ao DNIT ou DER, sei lá qual. Mas não vale o jogo do empurra, que estamos acostumados a ouvir em casos como esse.
O engavetamento não só deixou famílias chorando seus entes mortos, mas também deixou traumas, prejuízos e algumas perguntas: se tivéssemos a estrada pedagiada, as condições seriam outras? De sinalização, por exemplo? O socorro teria chegado mais rápido? A pista teria sido liberada mais rapidamente, e não só 24 horas depois, como aconteceu? Perguntas que não sabemos as respostas mas têm de ser feitas.
Depois que ficamos sem o pedágio, o que mais se ouve são reclamações sobre o trecho. Péssimas condições do asfalto, falta de sinalização e uma condição de semi abandono. Nesta segunda-feira (4), no Jornal da Cidade pela AM 670, escutei motoristas que passam com frequência pelo local. Em cada áudio exibido, senti um misto de tristeza pela tragédia e revolta por algo que poderia ter sido evitado.
Uma das sugestões dos cidadãos que percorrem a pista quase todos os dias, é uma iluminação especial antineblina e melhor sinalização, já que a falta de visibilidade é quase total, principalmente durante as manhãs e fins de tarde. Quem usa a BR-277 nesse trecho sabe das suas condições. Agora, só falta as autoridades passarem pelo local e constatarem o problema. Mas de helicóptero não vale. Tem que ser de carro, como os demais mortais.
Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.
A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".
Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.
Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.