Corrida para a Prefeitura de Curitiba

Opinião

Presidente da FAS de sugere à Guarda Municipal assustar moradores de rua

Presidente da FAS de Curitiba sugere que a Guarda Municipal assuste pessoas em situação de rua.Presidente da FAS de Curitiba sugere que a Guarda Municipal assuste pessoas em situação de rua.
Arte Cidade Capital
/
Adilson Arantes

E a pergunta é: a mulher já pediu para sair? É provável que no momento em que esta coluna for publicada, sim. Imagino que sim. Estou me referindo à presidente da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), Maria Alice Erthal. Sua declaração, sugerindo à Guarda Municipal de Curitiba dar um "pouquinho de medo", uma espécie de susto nas pessoas em situação de rua na capital do estado, é tão grave quanto a situação de quem mora lá.

Justamente a FAS, que é responsável pela proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade social e por coordenar e implementar a política de assistência social de Curitiba. É essa a política pensada para resolver o problema? O medo?

O áudio vazado de Maria Alice foi enviado pelo WhatsApp para um grupo chamado Ação Conjunta Matriz. A região central da cidade, de fato, está cheia de moradores de rua. São tantos que, de vez em quando, é possível ver algumas barracas montadas. Eu já vi na praça Rui Barbosa.

O problema se arrasta há muito tempo e a cada ano que passa, a população em situação de rua de Curitiba parece dobrar. Segundo dados oficiais do Cadastro Único para Programas Sociais, são mais de três mil. É claro que os números, como sempre, estão subnotificados.

É necessário pontuar que esse não é um problema exclusivamente nosso.

Moradores de rua estão presentes em praticamente todas as grandes cidades do mundo. É um grande desafio social que confronta os gestores públicos das metrópoles mundo afora. De Curitiba a Nova Iork, Paris, Madri, Londres, Los Angeles.. Aliás, a terra do cinema chega ao número absurdo de quase 80 mil pessoas morando nas ruas. Isso mesmo! 80 mil pessoas que não têm um teto na Califórnia, o estado mais rico da nação mais rica do mundo.

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a remoção forçada de qualquer morador de rua e de seus pertences. Ou seja, eles só saem se quiserem. Mas não é só aqui; em grande parte do mundo também é assim.

Vejam a magnitude do problema a ser resolvido, seja aqui ou em qualquer outra grande cidade. Ninguém quando criança ou adolescente sonha em morar na rua. Algo deu errado na vida dessas pessoas para que elas fossem parar em qualquer calçada, embaixo de qualquer marquise.

O que essas pessoas precisam é de ajuda, por meio de políticas públicas bem elaboradas, e não com um "pouquinho de medo", como sugeriu a presidente da Fundação de Ação Social, Maria Alice Erthal.

Última atualização
4/9/2023 16:12
Adilson Arantes
Jornalista e radialista.

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Maku de Almeida
19/5/2024 16:26

Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.

A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Jane Hir
19/5/2024 16:08

Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.

Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.

Opinião

Presidente da FAS de sugere à Guarda Municipal assustar moradores de rua

Presidente da FAS de Curitiba sugere que a Guarda Municipal assuste pessoas em situação de rua.Presidente da FAS de Curitiba sugere que a Guarda Municipal assuste pessoas em situação de rua.
Arte Cidade Capital
/
Adilson Arantes
Jornalista e radialista.
25/8/2023 12:50
Adilson Arantes

Presidente da FAS de Curitiba sugere à Guarda 'assustar moradores de rua'

E a pergunta é: a mulher já pediu para sair? É provável que no momento em que esta coluna for publicada, sim. Imagino que sim. Estou me referindo à presidente da Fundação de Ação Social de Curitiba (FAS), Maria Alice Erthal. Sua declaração, sugerindo à Guarda Municipal de Curitiba dar um "pouquinho de medo", uma espécie de susto nas pessoas em situação de rua na capital do estado, é tão grave quanto a situação de quem mora lá.

Justamente a FAS, que é responsável pela proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade social e por coordenar e implementar a política de assistência social de Curitiba. É essa a política pensada para resolver o problema? O medo?

O áudio vazado de Maria Alice foi enviado pelo WhatsApp para um grupo chamado Ação Conjunta Matriz. A região central da cidade, de fato, está cheia de moradores de rua. São tantos que, de vez em quando, é possível ver algumas barracas montadas. Eu já vi na praça Rui Barbosa.

O problema se arrasta há muito tempo e a cada ano que passa, a população em situação de rua de Curitiba parece dobrar. Segundo dados oficiais do Cadastro Único para Programas Sociais, são mais de três mil. É claro que os números, como sempre, estão subnotificados.

É necessário pontuar que esse não é um problema exclusivamente nosso.

Moradores de rua estão presentes em praticamente todas as grandes cidades do mundo. É um grande desafio social que confronta os gestores públicos das metrópoles mundo afora. De Curitiba a Nova Iork, Paris, Madri, Londres, Los Angeles.. Aliás, a terra do cinema chega ao número absurdo de quase 80 mil pessoas morando nas ruas. Isso mesmo! 80 mil pessoas que não têm um teto na Califórnia, o estado mais rico da nação mais rica do mundo.

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu a remoção forçada de qualquer morador de rua e de seus pertences. Ou seja, eles só saem se quiserem. Mas não é só aqui; em grande parte do mundo também é assim.

Vejam a magnitude do problema a ser resolvido, seja aqui ou em qualquer outra grande cidade. Ninguém quando criança ou adolescente sonha em morar na rua. Algo deu errado na vida dessas pessoas para que elas fossem parar em qualquer calçada, embaixo de qualquer marquise.

O que essas pessoas precisam é de ajuda, por meio de políticas públicas bem elaboradas, e não com um "pouquinho de medo", como sugeriu a presidente da Fundação de Ação Social, Maria Alice Erthal.

Adilson Arantes
Jornalista e radialista.
Última atualização
4/9/2023 16:12

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Eu e minhas circunstâncias à busca de propósito

Maku de Almeida
19/5/2024 16:26

Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.

A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Jane Hir
19/5/2024 16:08

Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.

Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.

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