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Paraná

O que a propaganda do Governo do Paraná não mostra sobre a educação pública

Enquanto o Governo do Paraná faz propaganda da melhor educação do Brasil, as escolas estaduais sofrem com falta de infraestrutura básica.Enquanto o Governo do Paraná faz propaganda da melhor educação do Brasil, as escolas estaduais sofrem com falta de infraestrutura básica.
Reprodução
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Arilson Chiorato

Ter a oportunidade de conhecer, de perto, diferentes regiões do Paraná é um privilégio. Nessas andanças, não raro, paro para refletir sobre o que vejo na propaganda e o que vejo nas cidades. Quase sempre me deparo com duas versões. Vou me ater somente à educação pública. 

No outdoor, na tv e no Instagram, a mensagem publicitária tenta convencer que estou no estado da melhor educação do Brasil, mas ao rodar o Paraná, encontro escolas com goteiras, banheiros sem papel higiênico e sabão, e quadras esportivas em situação precária.

A minha crítica não é genérica. Mês passado, estive no Colégio Estadual Panorama, em Sarandi, após um vídeo dos alunos, expondo, de forma irônica, a infraestrutura da escola, que carece de intervenção há anos. Os problemas se acumulam e a equipe da escola se desdobra com o pouco crédito que recebe, suficiente para as despesas mais básicas.

Nessa situação em especial, também me chamou a atenção a forma truculenta como agiu o Governo do Estado, através de seus servidores, que foram até a unidade escolar e entrevistaram somente os alunos que participaram do vídeo. Uma tentativa clara de coerção. Inclusive, um aluno, diante da pressão, teve uma crise convulsiva. 

Mas por que estou falando novamente sobre isso? Porque esse comportamento não acontece só com a educação, mas em todos os setores. Existe um Paraná inventado pela propaganda, e outro real. Voltando ao caso da escola de Sarandi, cadê a educação? Os servidores da Secretaria Estadual de Educação chegaram sem avisar. Chamaram os alunos sem a presença dos pais. Proibiu a entrada de qualquer veículo de comunicação no interior da escola e a equipe de falar sobre o episódio. 

É ou não é o retrato de um governo autoritário? Que não aceita críticas. Que cala seus cidadãos e impõe o silêncio. Não era o caso de visitar a escola e resolver o problema mais rápido? Porém, preferiu calar os alunos e garantir o sucesso da propaganda da melhor educação do Brasil. 

Precisamos entender que educação não é algo abstrato nem combina com autoritarismo. Para aprender bem, melhorar, de verdade, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), os alunos precisam estar bem alimentados, precisam de ambiente adequado, professores capacitados, material didático de qualidade e se sentirem seguros para expressarem suas opiniões. Sim, afinal, amanhã, eles serão profissionais, e como vão propor mudanças, pensar em inovação, se são tolhidos, com veemência, na primeira tentativa de fazer diferente?

Última atualização
27/9/2023 9:54

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Maku de Almeida
19/5/2024 16:26

Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.

A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Jane Hir
19/5/2024 16:08

Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.

Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.

Paraná

O que a propaganda do Governo do Paraná não mostra sobre a educação pública

Enquanto o Governo do Paraná faz propaganda da melhor educação do Brasil, as escolas estaduais sofrem com falta de infraestrutura básica.Enquanto o Governo do Paraná faz propaganda da melhor educação do Brasil, as escolas estaduais sofrem com falta de infraestrutura básica.
Reprodução
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O que a propaganda do Governo do Paraná não mostra sobre a educação pública

Ter a oportunidade de conhecer, de perto, diferentes regiões do Paraná é um privilégio. Nessas andanças, não raro, paro para refletir sobre o que vejo na propaganda e o que vejo nas cidades. Quase sempre me deparo com duas versões. Vou me ater somente à educação pública. 

No outdoor, na tv e no Instagram, a mensagem publicitária tenta convencer que estou no estado da melhor educação do Brasil, mas ao rodar o Paraná, encontro escolas com goteiras, banheiros sem papel higiênico e sabão, e quadras esportivas em situação precária.

A minha crítica não é genérica. Mês passado, estive no Colégio Estadual Panorama, em Sarandi, após um vídeo dos alunos, expondo, de forma irônica, a infraestrutura da escola, que carece de intervenção há anos. Os problemas se acumulam e a equipe da escola se desdobra com o pouco crédito que recebe, suficiente para as despesas mais básicas.

Nessa situação em especial, também me chamou a atenção a forma truculenta como agiu o Governo do Estado, através de seus servidores, que foram até a unidade escolar e entrevistaram somente os alunos que participaram do vídeo. Uma tentativa clara de coerção. Inclusive, um aluno, diante da pressão, teve uma crise convulsiva. 

Mas por que estou falando novamente sobre isso? Porque esse comportamento não acontece só com a educação, mas em todos os setores. Existe um Paraná inventado pela propaganda, e outro real. Voltando ao caso da escola de Sarandi, cadê a educação? Os servidores da Secretaria Estadual de Educação chegaram sem avisar. Chamaram os alunos sem a presença dos pais. Proibiu a entrada de qualquer veículo de comunicação no interior da escola e a equipe de falar sobre o episódio. 

É ou não é o retrato de um governo autoritário? Que não aceita críticas. Que cala seus cidadãos e impõe o silêncio. Não era o caso de visitar a escola e resolver o problema mais rápido? Porém, preferiu calar os alunos e garantir o sucesso da propaganda da melhor educação do Brasil. 

Precisamos entender que educação não é algo abstrato nem combina com autoritarismo. Para aprender bem, melhorar, de verdade, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), os alunos precisam estar bem alimentados, precisam de ambiente adequado, professores capacitados, material didático de qualidade e se sentirem seguros para expressarem suas opiniões. Sim, afinal, amanhã, eles serão profissionais, e como vão propor mudanças, pensar em inovação, se são tolhidos, com veemência, na primeira tentativa de fazer diferente?

Arilson Chiorato
Última atualização
27/9/2023 9:54

Compreender o passado ajuda a construir um presente consciente

Eu e minhas circunstâncias à busca de propósito

Maku de Almeida
19/5/2024 16:26

Uma sequência de decisões me trouxe até aqui. Nem todas foram boas ou sensatas. Algumas foram realmente muito ruins. Gosto muito deste "aqui" e fico tentada a pensar: eu chegaria até aqui por outro caminho? Há coisas que ainda quero iluminar. Não me falta coragem. Mas há grandes e sensacionais conquistas. Portanto, gratidão ao aqui. Pois o lá já virou pó.

A respeito disso, um filósofo espanhol que eu aprecio sem moderação, José Ortega y Gasset, em seu livro Meditaciones del Quijote, diz: “eu sou eu e minha circunstância e se não salvo a ela, não salvo a mim".

Preparar panquecas e viver é uma receita de amor e paciência

Jane Hir
19/5/2024 16:08

Algumas comidas são marcadas pelo afeto. Tenho memória afetiva de muitas e entre elas está a panqueca. Na minha infância, que já transcorreu há muito tempo, a mágica das rodelas de massa dourada sendo viradas em um gesto preciso era realizada pela minha avó.

Em uma época de poucas variedades alimentícias, pelo menos para uma família numerosa como a nossa e mantida por um pai operário, a panqueca recheada de doce de leite feito em casa ou apenas polvilhada com açúcar e canela, assumia ares de requinte.

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