<span class="abre-texto">Céu azul aqui na Vila, lavado por uma chuva</span> barulhenta e escandalosa que, como chegou, se foi, distraída, como se nada tivesse acontecido.
Nas últimas semanas, desde o início do ano novo, basta uma distração para que os habitantes do meu condomínio mental iniciem uma conversa animada sobre idade, tempo, futuro e, sim, a morte.
A partir de diferentes pontos de vista, cada um dá seu palpite, ordem ou apresenta seu plano.
A beleza de ouvir essas vozes, excertos do meu ego, pedaços da minha experiência acumulada, é que posso avaliar tanto o que passou quanto o que está por vir, sem descuidar do presente. São dimensões simultâneas que se harmonizam belamente.
Peço perdão pelo termo meio antiquado do parágrafo anterior: "excerto". Meu pai volta e meia invade meus escritos com palavras não muito usuais. Ele também está representado no meu condomínio mental, muito bem representado, aliás. Sua voz, somada aos meus próprios experimentos, é aquela que pergunta em alto e bom som: "você está utilizando seu tempo com juízo, menina? Está produtiva? Faz as coisas corretamente enquanto é produtiva?". Claro que uma voz serena e cuidadosa – muito parecida com a da minha Vovó Nenê – cria portais de permissão para que eu seja quem sou, faça o que faço, sinta o que sinto, sem ameaçar o fluxo do amor.
As outras vozes oscilam entre o prazer e a dor, a vida intensa e o silêncio, os encontros e a solidão. Conclusões interessantes são-me presenteadas. A rapidez com que horas, dias e anos são absorvidos pelo passado é assustadora, parecendo ainda mais alucinante quando se está no ciclo pós cinquenta. É a descida do tobogã da vida.
Portanto, é hora de valorizar os pensamentos e desfrutar ainda mais de cada momento que surge. A idade pela qual transito é a mais jovem em relação a todas as que virão.
O presente abre portas a inúmeras experiências enriquecedoras e ainda sinaliza um futuro. Um futuro não fantasioso ou delirante, mas um futuro com uma vida vivida intensamente.
O medo, esse amigo que pode nos paralisar, orienta prudência e cuidado ao desfrutar de cada minuto. E é uma nutrição emocional quando essa decisão se afirma.
Independentemente da idade, das circunstâncias, das confusões do pequeno planeta, posso decidir viver com gosto o que se apresenta.
Posso optar por não perder tempo com mentiras ou ódios. Posso escolher me calar quando meu discurso não fizer diferença. Posso escolher falar quando puder sensibilizar ouvidos para uma escuta atenta. Posso manter minha escolha de respeitar meus filhos, netos e amigos e amá-los sem condições ou laços temporais. Posso manter a escolha pela lealdade e coerência. Posso continuar conquistando minha autonomia de consciência (todos os dias). Posso apreciar, pétala a pétala, os encontros mágicos proporcionados pela vida, livres dos rituais comuns das obrigações sociais, plenos de abertura para escutar e sonhar juntos.
Um texto aqui, uma voz acolá. Um rosto sorridente aqui, uma lágrima derramada acolá. Um silêncio respeitoso e prudente aqui, uma algaravia de risos altos acolá. Pequenos diálogos aqui, longos debates filosóficos acolá. Tormentos entremeados de alívio e puro prazer. Vida. Vida em seu estado mais bruto ou suave. E, assim, vamos nos alimentando de estrelas, nutrindo nossas almas para calibrar nossos passos.
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.
<span class="abre-texto">Céu azul aqui na Vila, lavado por uma chuva</span> barulhenta e escandalosa que, como chegou, se foi, distraída, como se nada tivesse acontecido.
Nas últimas semanas, desde o início do ano novo, basta uma distração para que os habitantes do meu condomínio mental iniciem uma conversa animada sobre idade, tempo, futuro e, sim, a morte.
A partir de diferentes pontos de vista, cada um dá seu palpite, ordem ou apresenta seu plano.
A beleza de ouvir essas vozes, excertos do meu ego, pedaços da minha experiência acumulada, é que posso avaliar tanto o que passou quanto o que está por vir, sem descuidar do presente. São dimensões simultâneas que se harmonizam belamente.
Peço perdão pelo termo meio antiquado do parágrafo anterior: "excerto". Meu pai volta e meia invade meus escritos com palavras não muito usuais. Ele também está representado no meu condomínio mental, muito bem representado, aliás. Sua voz, somada aos meus próprios experimentos, é aquela que pergunta em alto e bom som: "você está utilizando seu tempo com juízo, menina? Está produtiva? Faz as coisas corretamente enquanto é produtiva?". Claro que uma voz serena e cuidadosa – muito parecida com a da minha Vovó Nenê – cria portais de permissão para que eu seja quem sou, faça o que faço, sinta o que sinto, sem ameaçar o fluxo do amor.
As outras vozes oscilam entre o prazer e a dor, a vida intensa e o silêncio, os encontros e a solidão. Conclusões interessantes são-me presenteadas. A rapidez com que horas, dias e anos são absorvidos pelo passado é assustadora, parecendo ainda mais alucinante quando se está no ciclo pós cinquenta. É a descida do tobogã da vida.
Portanto, é hora de valorizar os pensamentos e desfrutar ainda mais de cada momento que surge. A idade pela qual transito é a mais jovem em relação a todas as que virão.
O presente abre portas a inúmeras experiências enriquecedoras e ainda sinaliza um futuro. Um futuro não fantasioso ou delirante, mas um futuro com uma vida vivida intensamente.
O medo, esse amigo que pode nos paralisar, orienta prudência e cuidado ao desfrutar de cada minuto. E é uma nutrição emocional quando essa decisão se afirma.
Independentemente da idade, das circunstâncias, das confusões do pequeno planeta, posso decidir viver com gosto o que se apresenta.
Posso optar por não perder tempo com mentiras ou ódios. Posso escolher me calar quando meu discurso não fizer diferença. Posso escolher falar quando puder sensibilizar ouvidos para uma escuta atenta. Posso manter minha escolha de respeitar meus filhos, netos e amigos e amá-los sem condições ou laços temporais. Posso manter a escolha pela lealdade e coerência. Posso continuar conquistando minha autonomia de consciência (todos os dias). Posso apreciar, pétala a pétala, os encontros mágicos proporcionados pela vida, livres dos rituais comuns das obrigações sociais, plenos de abertura para escutar e sonhar juntos.
Um texto aqui, uma voz acolá. Um rosto sorridente aqui, uma lágrima derramada acolá. Um silêncio respeitoso e prudente aqui, uma algaravia de risos altos acolá. Pequenos diálogos aqui, longos debates filosóficos acolá. Tormentos entremeados de alívio e puro prazer. Vida. Vida em seu estado mais bruto ou suave. E, assim, vamos nos alimentando de estrelas, nutrindo nossas almas para calibrar nossos passos.
O Brasil atingiu dois recordes consecutivos na geração de energia eólica em novembro deste ano. No dia 3, a produção média horária alcançou 23.699 megawatts médios (MWmed). Já no dia 4, foi registrado o maior volume diário, com 18.976 MWmed. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (9) pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
Conforme a pasta, "os resultados destacam o avanço da energia eólica como uma fonte essencial para a matriz energética do país", confirmando o papel dessa tecnologia no fornecimento sustentável de energia.
O filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, foi indicado ao prêmio Globo de Ouro na categoria de melhor filme de língua estrangeira. A atriz Fernanda Torres também foi indicada a melhor atriz junto com Tilda Swinton, Kate Winslet, Angelina Jolie e Nicole Kidman.
Ainda Estou Aqui narra a trajetória da família Paiva — a mãe, Eunice, e os cinco filhos — após o desaparecimento do deputado Rubens Paiva, preso, torturado e morto pela ditadura militar brasileira.